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Hermanos enchem o carrinho aqui; Milho pode seguir o mesmo caminho?
Com a entrada da safra de soja recorde brasileira, os preços despencaram quase 40 USD/t, tornando o produto brasileiro mais barato até para os concorrentes argentinos, que tiverem mais de 50% de quebra. O resultado levou os vizinhos a preferirem comprar soja no Brasil ao invés do mercado local, além de atrair compradores de outro grande produtor mundial, os Estados Unidos.
De acordo com Dante Romano, professor e pesquisador do Centro de Agronegócios e Alimentos da Universidade Austral, esse cenário foi estimulado pelas compras de fundos especulativos, bem como da demanda internacional estagnada nos últimos quatro anos. Segundo ele, o preço da soja brasileira trazida para a Argentina, com todos os custos operacionais incluídos, ficaria entre 15 e 20 dólares mais barato do que comprar localmente.
O especialista informa em relatório que na Argentina a colheita da soja começou a avançar em um ritmo melhor, mas está quase um mês atrasada. Porém, os rendimentos estão piorando e a área abandonada está aumentando porque “não faz sentido econômico debulhá-la. Isso atrapalha as vendas, pois ninguém quer vender algo que não sabe se vai ter depois”.
“Para completar, o dólar agrícola não está tão tentador, já que os preços que os produtores esperavam não chegam porque as expectativas dos mesmos já eram altas, mas, além disso, os preços estão caindo devido à pressão do Brasil. Atenção para os valores diferidos, e mesmo os da soja em maio de 2024, que estão em valores muito altos nesse contexto”, explica.
Romano afirma que que os produtores não estão vendendo, mas os exportadores estão ganhando divisas por valores superiores aos que compraram. “Outro ponto é que a soja argentina vem operando muito cara em relação às norte-americanas e, para melhor, a pressão de venda no Brasil está gerando um desconto histórico, a ponto de ser mais conveniente para a indústria argentina trazer soja de Brasil do que comprá-lo localmente”, conclui.
MILHO
Ainda de acordo com Dante Romano, o milho pode seguir o mesmo caminho, dada a qualidade da safrinha brasileira. Ele indica que o precoce continua a ser debulhado, com atrasos e lotes abandonados, enquanto a maturação dos tardios avança, e já aponta para uma produção próxima dos 30 o de 35 milhões de toneladas. “Aqui, porém, os preços que estão caindo provocaram mais vendas”, conclui.
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