A associação de baculovírus e químicos elevam a eficiência no controle de lagartas para o patamar de 80% a 90%, aponta pesquisa publicada pelo portal especializado AgroPages. Conforme o Doutor Germison Tomquelski, pesquisador da consultoria Desafios Agro, o sucesso está nas “com aplicações feitas no momento certo”.
O engenheiro agrônomo, que realiza estudos envolvendo baculovírus há mais de cinco anos, aponta que é preciso fazer o “monitoramento de lagartas e o treinamento de equipes para que se chegue a melhores resultados trabalhando o manejo com as lagartas ainda pequenas”.
Tomquelski destaca que os “dados de estudos mostram que os vírus elevam os resultados dos químicos na faixa de 30% a 40%”, continua o pesquisador. “Baculovírus são eficazes no manejo integrado de lagartas. Trata-se de uma ferramenta que se integra muito bem ao químico, frente a diversas lagartas, incluindo a Spodoptera frugiperda”, completa.
A engenheira agrônoma Lucia Vivan, pós-doutora em entomologia e pesquisadora da Fundação Mato Grosso (FMT), acredita que a adesão aos baculovírus está se consolidando na agricultura brasileira.
“O vírus às vezes é um pouco mais complicado do que o químico, porque a lagarta demora mais a ser controlada. Mas essa percepção muda na medida em que produtor vê o resultado da infecção ao longo do tempo”, resume ela.
À frente de pesquisas nas regiões do médio norte de Mato Grosso e na Serra da Petrovina, Lucia Vivan salienta que constata efetividade no emprego de baculovírus sobre as lagartas. “Observamos haver boa interação entre vírus e agroquímicos, inclusive com a redução de doses de químicos, o que melhora a questão de custos ao produtor”, enfatiza.
Para ela, baculovírus também entregam resultados positivos se aplicados isoladamente, “desde que o emprego do vírus se dê no momento certo, quando as lagartas estiverem no início de desenvolvimento”, complementa.
O sócio-diretor da consultoria Spark Smarter Decisions, André Dias, afirmou ao AgroPages que tem aumentado o uso dos bioinsumos, tais como os baculovírus, no manejo de lagartas. Isso é corroborado, aponta ele, com os estudos de mercado divulgados recentemente pela Spark, especializada nos segmentos de defensivos e sementes.
Presente no Brasil há cinco safras, a companhia de origem australo-americana AgBiTech figura entre as que mais crescem no mercado de defensivos biológicos. Especialista no desenvolvimento de bioinseticidas à base de baculovírus, a empresa fechou o ciclo 2020-21 na dianteira do mercado de bioinseticidas para controle de lagartas nas principais culturas, com participação de 78% no algodão, 37% na soja e 31% no milho, também de acordo com dados da consultoria Spark.
De acordo com o CEO global da AgBiTech, Adriano Vilas Boas, quando da chegada da companhia ao Brasil, em 2016, havia consultores e pesquisadores ainda céticos em relação ao desempenho de baculovírus. Por meio de investimentos de monta na área de pesquisa & desenvolvimento, diz o executivo, a companhia conseguiu virar o jogo. Hoje, acrescenta ele, a tendência identificada pela empresa, em estudos de mercado, é a de avanço, safra após safra, na integração dos baculovírus ao manejo do produtor.
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