Foto: Álvaro Rezende/Correio do Estado
SÚZAN BENITES
O prédio localizado no Núcleo Industrial Indubrasil, em Campo Grande, construído para ser um outlet e posteriormente anunciado como shopping do agronegócio, segue de portas fechadas. O real motivo seria a falta de pagamento de mais de R$ 10 milhões à empresa construtora.
De acordo com a defesa da construtora Haddad Engenheiros Associados, desde a conclusão do imóvel a empresa tenta negociar o pagamento, sem sucesso. “A obra está concluída, mas a empresa contratante não se acerta quanto ao valor do imóvel. A empresa paulista Rivercom não fez nenhuma proposta de valor a ser pago, apenas questiona o preço cobrado. Enquanto nada for resolvido, o shopping não pode funcionar”, explicou o advogado André Borges.
A empresa solicitou uma perícia para determinar o valor devido. “Por enquanto, o processo aguarda o juiz definir ser haverá perícia ou não para apurar o valor devido”, informou advogado da construtora.
Conforme a petição inicial, o valor cobrado pela construtora é de R$ 10.058.533,33, descontado o valor recebido (o saldo foi acrescido de juros e correção monetária), relativo a serviços executados e não pagos.
“A requerida, ao mesmo tempo em que desfez o vínculo, ficou inadimplente, o que foi objeto de várias negociações infrutíferas, e chegou a propor o pagamento de quase R$ 5,5 milhões, não aceito por ser bem inferior ao devido”, informa o documento.
O mesmo texto diz ainda que a construtora foi regularmente contratada pela requerida para prestação de serviços de engenharia e construção. “Cobrou preço justo e de mercado, realizou grande parte do que foi contratado, recebeu parte do serviço, a obra está quase concluída, mas foi paralisada por decisão da requerida, que não pagou parte do valor de serviços contratados e executados, que, confirmados tecnicamente, alcançou o valor objeto desta ação, que merece ser pago por determinação judicial, por ser evidentemente antijurídica a inadimplência prolongada”.
SHOPPING
A pedra fundamental do outlet de Campo Grande foi lançada em abril de 2014. A previsão inicial era de que a inauguração fosse realizada em novembro daquele ano. Em razão da não conclusão da obra da rotatória, foi adiada para o primeiro trimestre de 2015 e, depois, para o segundo semestre de 2016.
O investimento inicial no empreendimento foi de R$ 30 milhões. As obras foram concluídas em 2017, no mesmo ano, em outubro, o grupo empresarial responsável reformulou a proposta e as 115 lojas passariam a comercializar produtos agropecuários, estabelecendo-se como o primeiro shopping rural do País.
Em outubro do ano passado, os sócios das empresas Rivercom e Inova apresentaram ao governo do Estado as mudanças no projeto. “Diante da retração no mercado de vestuário e do volume de shoppings neste segmento em Campo Grande, os empresários resolveram mudar o foco do empreendimento”, detalhou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, na época.
“A indústria da moda está sem expansão neste momento e optamos por redefinir a vocação do empreendimento”, disse Mascarenhas.
Em fevereiro deste ano, a empresa anunciou que as atividades comerciais seriam iniciadas em março.
De acordo com um dos sócios do empreendimento, o CEO da Inova Mall & Retail Antônio Mascarenhas, uma nova data para inauguração do centro comercial será divulgada em breve. “Não desistimos do shopping, pelo contrário, a gente acredita muito no sucesso do projeto. Estamos resolvendo algumas questões legais de infraestrutura, logística e outros detalhes para definirmos uma data de inauguração. Dentro de 60 dias definiremos a data para a abertura do shopping”, informou Mascarenhas.
Com o impasse, o local que abrigaria o primeiro shopping do agronegócio do País segue de portas fechadas. O prédio é escoltado por seguranças e tem grades para que visitantes não entrem na área.
Com informação do Portal Correio do Estado
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