Por: AGROLINK -Leonardo Gottems Foto:Divulgação
Uma notícia falsa estava circulando nas redes sociais e também em periódicos científicos afirmava que um supermosquito criado a partir da modificação genética seria resistente à inseticidas e também capaz de transmitir mais facilmente as doenças do Aedes Aegypti. No entanto, como já dito, tudo foi baseado em informações mentirosas.
Para entender melhor do que se trata, tudo começou com a publicação de um falso artigo científico na revista Scientific Reports, periódico científico de acesso aberto do prestigiado grupo Nature, que afirmava ter encontrado sinais de hibridização dos mosquitos transgênicos da empresa Oxitec com a população selvagem original de Jacobina após os testes de campo. O estudo foi encabeçado por Jeffrey R. Powell, geneticista da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Na verdade, experimentos em laboratório prévios aos testes de campo já indicavam que o “cavalo de Troia” genético do OX513A não era 100% eficaz, com cerca de 2% a 4% dos mosquitos produzindo proles viáveis, embora frágeis e potencialmente estéreis. Mas o artigo fake afirmava que o estudo dos “supermosquitos” pode ter gerado uma população mais “robusta” de Aedes em Jacobina, quando, na verdade, os híbridos se mostram extremamente frágeis.
Quem esclareceu o acontecido foi a coatoura original, Margareth Capurro, professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), lamenta só ter visto os erros da pesquisa após a publicação do artigo. “Falar que a hibridização teria deixado a população de Aedes mais robusta foi uma forçação de barra que gerou pânico e polêmica desnecessários. Muito pelo contrário, os híbridos são fracos, e não fortes, tanto que desaparecem. Por isso apoio a retratação e reedição do artigo”, completa.
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