sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Pessimismo com Brasil é exagerado


Folha Press

O diretor executivo para o Brasil e mais 10 países no FMI (Fundo Monetário Internacional), Paulo Nogueira Batista, classificou de "exagerada" a capa da revista britânica "The Economist", que mostra o Cristo Redentor, símbolo do Brasil no exterior, caindo. Assim como também considerou exagerada a capa em 2009, com o Cristo subindo como um foguete.

"Havia um certo exagero naquela época, e, agora, com uma reavaliação mais negativa, está indo para o extremo oposto. De fato o Brasil está crescendo menos do que o esperado, menos do que pode crescer, mas acho que já começou uma recuperação", afirmou após palestra no seminário promovido pelo Minds (Multidisciplinary Institute on Developement and Strategies) e a Ford Fundation.

Ele avaliou que a imprensa estrangeira se baseia muito no mercado financeiro dos países para classificar se o país está indo bem ou mal.

Mensalão, Corrupção, Violência

"No caso do Brasil, mensalão, corrupção, violência urbana, desigualdade social, isso não recebe atenção. O que interessa é que os mercados financeiros dominam a imprensa e estávamos vindo bem nesse ponto de vista. Agora nós vimos que o desempenho econômico não era tão bom quanto se esperava, e há essa reação", explicou.

Batista ressaltou que não estava participando do seminário como representante do FMI, e que as avaliações feitas por ele eram pessoais.

Segundo o diretor, a situação do Brasil hoje é "razoável", e junto com outros países emergentes ainda é o que vem garantindo investimentos no mundo.

"O Brasil foi o quarto maior receptor de investimentos diretos no ano passado, o investimento direto estrangeiro continua significativo, forte. O investimento de curto prazo, mais especulativo, é que ficou ao sabor das conjunturas", explicou.

Ele descartou a teoria que vem tomando conta de algumas previsões econômicas, de que a crise estaria voltando para os países emergentes. Segundo ele, a situação hoje é bem diferente das crises passadas, com reservas mais altas nesses países, um regime de câmbio flexível, e com fundamentos fiscais mais fortes. No caso do Brasil, ele acrescentou que a dívida líquida vem caindo e a proporção da dívida indexada à moeda estrangeira é muito menor do que foi no passado.

"Se você olhar os números, o crescimento continua sendo liderado pelo países em desenvolvimento", avaliou. 

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