segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Nunca pensei que meu ciclo tivesse acabado, diz Júlio César


FolhaOnline
Quando o Júlio César, 33, trocou um gigante do futebol italiano por um nanico do futebol inglês, em agosto passado, parecia o fim de sua grande fase e o afastamento definitivo da seleção brasileira.
Nesta semana, o goleiro do Queens Park Rangers (ex-Inter de Milão) deverá ser o titular da primeira partida de Luiz Felipe Scolari no time da CBF, contra a Inglaterra.
"Quando você joga num time mais modesto, a bola chega mais", admite Júlio César àFolha, por telefone, com algum bom humor. "Eu tenho que saber que minha realidade hoje é o QPR."
O time é o lanterna do Inglês, e só não apanha mais a cada rodada porque tem o brasileiro sob as traves.
Depois de sete temporadas na Inter (onde ganhou cinco italianos, a Copa dos Campeões e o Mundial de Clubes), Júlio César diz que, agora, "manter o QPR na primeira divisão seria um título."
Paulo Whitaker/Reuters
Julio Cesar durante treinamento da seleção para a Copa-2010
Júlio César durante treinamento da seleção para a Copa-2010
Titular absoluto da seleção na era Dunga, o goleiro perdeu espaço com Mano Menezes. Jogou a Copa América de 2011, mas depois ficou pelo caminho, como Lúcio, Maicon e outros veteranos.
"Não sei o que se passava na cabeça da comissão técnica anterior. Mas nunca fiquei chateado", conta. "Sempre procurei trabalhar para voltar, nunca pensei que meu ciclo tivesse acabado."
Júlio César jura que nunca ficou chateado ou magoado com o antecessor de Felipão.
"Mas sempre que troca o treinador, quem não está sendo chamado ganha uma nova esperança", afirma.
Mano testou vários goleiros ao longe de suas 40 partidas pela seleção. Felipão preferiu de cara o mais experiente deles. Aos 33, Júlio césar se diz no auge da forma física. "Ainda mais aqui na Inglaterra, onde os goleiros costumam jogar até os 40."
Felipão telefonou para o goleiro antes de chamá-lo. "Falou que eu estava sendo observado, respondi que estava bem motivado."
O novo-velho goleiro da seleção conhece bem a história de Barbosa, o camisa 1 da Copa de 1950. Mas garante que não se assusta com a pressão de defender o gol da seleção em outro mundial em casa.
"A responsabilidade é grande, não só do goleiro, mas do time todo. A torcida brasileira cobra bastante."

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