domingo, 8 de novembro de 2009

Hoje Tem Elba Ramalho,no Canta Brasil

último MS Canta Brasil de 2009
O evento acontece a partir das 17h30 no Parque das Nações Indígenas. A média de público dos shows do MS Canta Brasil é de 35 mil pessoas. A entrada é franca.
Crédito: Divulgação


O sertão nordestino estará presente neste último MS Canta Brasil de 2009, que acontece neste domingo (8). Elba Ramalho e Zezinho do Forró serão as atrações do evento, promovido pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). A média de público dos shows do MS Canta Brasil é de 35 mil pessoas.


Elba Ramalho - Filha do sertão nordestino, dona de um timbre inconfundível e de uma energia eletrizante, Elba mantém a empolgação de iniciante e continua a contagiar o público por onde passa e a levar seu canto para grandes platéias.
São mais de 30 anos de uma carreira iniciada no final da década de 70, quando, após integrar o elenco da montagem original da peça "A ópera do malandro", de Chico Buarque, surpreendeu o país com o LP "Ave de Prata", inspirado na composição homônima de Zé Ramalho. O disco já incluía canções de compositores nordestinos, uma das marcas da cantora ao longo da carreira, além da faixa "Não sonho mais", de Chico Buarque.

Filha do nordeste brasileiro, nascida no alto sertão da Paraíba, cercada de religiosidade e fé, Elba herdou a musicalidade de seu pai, que a despertou cedo para a música. Foi também rodeada pelo solo seco e vegetação árida que a cantora se familiarizou cedo com os mais diversos ritmos da região: baião, maracatu, xote, frevo, pastoril, caboclinhos e forrós. Gêneros que preservam a pureza de uma cultura eminentemente popular.

Zezinho do Forró (por Rubênio Marcelo) - "Vixe, como tem Zé / Zé de baixo e Zé de riba / Esconjuro com tanto Zé / Como tem Zé lá na Paraíba". Assim diz o contagiante refrão de um dos maiores sucessos de forró de todos os tempos (como tem Zé na Paraíba) gravado por um dos maiores cantores e ritmistas que o Brasil conheceu: um certo Zé, nascido José Gomes Filho. Filho genuíno da arte, o paraibano José Gomes (que nos deixou, no ano de 1982, com 62 de idade) ficaria mundialmente conhecido e imortalizado como "Jackson do Pandeiro".

O forró é um ritmo tipicamente nordestino. Este gênero musical foi difundido - a partir do final da década de quarenta, em todo o país e exterior - principalmente por Jackson do Pandeiro e pelo cantor/compositor e sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento (o Gonzagão - Rei do Baião), que fez marcante parceria, em boa parte da sua obra, com um conterrâneo seu de nome Zé: José de Souza Dantas Filho, o Zé Dantas, co-autor de centenas de sucessos como "A Volta da Asa Branca", "Riacho do Navio" e "O Xote das Meninas".

Atualmente, o forró faz parte das programações de FMs e dos repertórios de festas de todo o Brasil, conquistando a admiração de um imenso público de diversas faixas etárias e de todas as classes sociais. Nos nossos dias, um dos grandes mestres deste estilo musical original é um outro Zé: José Domingos de Morais - o Dominguinhos - de Garanhuns/PE, e que no início da carreira foi apadrinhado por Luiz Gonzaga.

Mas será que somente os nordestinenses (os nascidos e vividos naquelas paragens forrozeiras) estão compondo e/ou executando o forró autêntico do nosso país? Será que apenas os artistas daquela importantíssima região possuem no sangue a pulsação especial e o suingue característico do forró pé de serra, do xote, rojão, xaxado, coco ou baião? Será que sim ou será que não?

Pois é... Quem pensar que sim, estará redondamente enganado. Quem assim pensar, precisará urgentemente rever os seus conceitos.

E para não haver banzé, bem como para provar o que estamos a afirmar, temos que trazer à baila mais um Zé. Ou melhor: um Zezinho. Não um simples Zezinho, mas simplesmente Zezinho do Forró: José Barbosa dos Santos, um músico/cantor e compositor talentoso, nascido - há quarenta e poucos anos - aqui neste torrão guaicuru (mais precisamente, na cidade de Deodápolis).

Artista nascitur, vindo ao mundo sob a influência de outras vertentes rítmicas e culturais, Zezinho poderia ter implementado sua carreira interagindo e trabalhando com os estilos musicais tradicionais da região que lhe serviu de berço (belíssimos também, diga-se de passagem). Entretanto, quiseram as musas do Parnaso que este proficiente cantador viesse - por opção e por vocação - contrair identidade natural com o forró: o ritmo nordestino que, aliás, embalou seus ancestrais.

Residente em Campo Grande e referência de forró no Estado do Mato Grosso do Sul, Zezinho já está na estrada musical há mais de vinte anos. Já deu à luz cerca de 150 composições e possui um CD gravado ("Rapadura, Forró e Coco", lançado em 2002). Faz shows, em eventos locais e em outras regiões, tocando e cantando suas músicas e também sucessos dos grandes nomes nacionais. Estudioso e colecionador da riquíssima literatura de cordel (arte popular que teve Zé Limeira como seu maior mito), o nosso Zezinho - a exemplo de outro Zé (o Ramalho, da Paraíba) - aborda também, com maestria, os matizes desta centenária expressão cultural em grande parte da sua produção. Sim, o Mato Grosso do Sul tem forró! Sim, o MS tem Zezinho! Zezinho do Forró. Um cantador sul-mato-grossense nascido Zé, que - numa integração isomórfica e absoluta - incorporou ao seu estilo de vida uma identificação espontânea e, assim, tornou-se especial, haja vista a sua presença e atuação através das sendas originais da envolvente arte nordestina que imortalizou Gonzagão e aquele outro Zé apelidado Jackson.

O Zezinho do Forró é o representante mais conhecido do ritmo nordestino aqui em Mato Grosso do Sul. O CD Zezinho do Forró - Rapadura, Forró e Coco é o primeiro disco deste músico que batalha por estas bandas desde o início dos anos 90. O CD traz 10 faixas, todas com sotaque nordestino. As letras são românticas e ecológicas e os arranjos bem tradicionais. Não tem invenção não.

O disco de Zezinho do Forró é perfeito para animar festas e reuniões. E tem músicas bonitas como Passarinho Cantador e Cordel Pantaneiro. É o forró sul-mato-grossense na área. A faixa Baião do Lua é uma homenagem do compositor a Luiz Gonzaga.

MS Canta Brasil - Vanessa da Mata abriu o evento em outubro de 2007, o grupo regional Chalana de Prata fez as honras da casa. O MS canta BR promove a integração das músicas nacional e regional, levando para o palco, montado próximo ao lago do Parque das Nações Indígenas, um artista de renome nacional e outro local. O evento já atraiu mais de 700 mil pessoas aos shows em 20 edições.

Pelo Palco do projeto já passaram: Vanessa da Mata e Chalana de Prata; Papas na Língua - Renato Borgueti e Tropeiros da Querência; Alceu Valença e Bojo Malê; Zeca Baleiro e Jerry Espíndola; Mart´nália e Jucy Ibañez; Zélia Duncan e Olho de Gato; Chico Cézar - Arnaldo Antunes, Carlos Colman; Nando Reis e Geraldo Espíndola; Zé Ramalho e Filho dos Livres, Adriana Calcanhoto e Marcelo Loureiro; Jorge Vercillo e Guilherme Rondon; Fafá de Belém e Bêbados Habilidosos; Frejat e Bando do Velho Jack; Fernanda Takai e Agemaduomi; Paralamas do Sucesso e Velho do Rio; Moraes Moreira e Lia Mayo; Banda Moinho - Nikolas Krassik e Banda Grass, Seu Jorge e Balaio Jazz; Jorge Benjor e Simona; Ney Matogrosso e Léo Verão e Daniel Freitas.

Serviço

O MS Canta Brasil é um evento da FCMS que acontece sempre no primeiro domingo de cada mês, ressalvam-se as datas coincidentes com feriados nacionais, como o caso do feriado de Finados (2/11). O evento acontece a partir das 17h30 no Parque das Nações Indígenas. A entrada é franca.

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