O Grupo Litani em parceria com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) realizará no próximo domingo (22), o concerto de música árabe erudito “A corda da Alma” com o Quarteto Oriental “Rubai Sharki” de São Paulo, às 20h, no teatro Aracy Balabanian do Centro Cultural José Octávio Guizzo. O espetáculo tem duração de 1h30min e classificação livre.
Esse concerto envolve quatro profissionais de São Paulo (SP), que executam a “Takhat Charkie”, ou seja, orquestra tradicional oriental, com instrumentos como o alaúde, qanoum, derbak e daff. O grupo musical apresenta peças da Andaluzia muçulmana do século X (Muachahat Andalussie), instrumentais do acervo árabe erudito do século XIX (dulab, sama’i e longha), canções e temas populares, composições próprias e improvisações que, além da riqueza estética da música árabe clássica, trazem o lado místico e terapêutico do envolvente fraseado oriental.
A bailarina Paulinha Gobbo (Campo Grande), o Grupo Litani e a bailarina Michelli Nahid (São Paulo) participarão de maneira especial, ilustrando com suas danças algumas das músicas que serão apresentadas. A proposta é um espetáculo diferenciado, onde o enfoque será principalmente a música e a dança árabe clássica, no qual a convidada Michelli Nahid resgata as origens da dança árabe, em seus mais puros e precisos movimentos, que vem sendo esquecida e pouco executada pela maioria das bailarinas devido aos modismos da contemporaneidade. “Este será a primeiro espetáculo com música erudita árabe em Campo Grande, pois o grupo Litani acredita que a população evolui quando tem acesso à cultura e ao conhecimento. O diferencial do nosso trabalho está na vontade de enriquecer o saber da população e cumprir com a nossa proposta e objetivo primordial: divulgar a cultura árabe, tão influente e presente em nossa cultura sul-mato-grossense”, explica Paula Gobbo, idealizadora e fundadora do grupo.
Os ingressos podem ser obtidos antecipadamente pelos telefones 9985-2042 e 9613-7674 no valor de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) ou na hora do espetáculo. Mais informações podem ser obtidas no Centro Cultural José Octávio Guizzo, na rua 26 de Agosto, 453 ou pelo telefone 3317-1792.
O espetáculo: A Corda da Alma
Século XII, Andaluzia, o brilho do Império Árabe era intenso, sendo uma das características mais marcantes a exaltação da arte. A música tinha poder de cura numa cultura, na qual os médicos deveriam também ser filósofos e exímios alaudistas.
Foi neste cenário que Sami Bordokan inspirou-se para a criação deste trabalho de caráter intimista, no qual a música envolve as pessoas com a riqueza dos ornamentos orientais e sua magia, recuperando o seu lado místico e terapêutico.
Uma viagem pelo tempo e espaço que resgata músicas do repertório árabe erudito e se perde em improvisos apaixonados. Uma viagem pelo som dos instrumentos clássicos árabes, o qanoum, o derbaki, o daff e o alaúde, instrumentos estes que em sua infinita beleza representam o universo, o homem e seu elo: a alma.
O Quarteto
De origem libanesa, o cantor e alaudista Sami Bordokan resgata a cultura de seus ancestrais em um concerto de música árabe clássica executado em “Takhat Charkie” (orquestra tradicional oriental) com Cláudio Kairouz (qanoum), William Bordokan (derbaki) e Mauricio Mouzayek ( Daff).
Sami Bordokan e a Música Árabe
Originário de Akkar, Líbano, Sami teve seu primeiro contato com a música em casa ouvindo o pai, alaudista e cantor amador, que aprendera com o avô, padre da Igreja Greco-Melquita, os segredos do canto bizantino.
Incansável em sua busca dos instrumentais clássicos árabes resolveu, na adolescência, seguir para o Líbano a fim de aperfeiçoar seus estudos de alaúde e de canto oriental. Pesquisou as raízes da música clássica árabe, notadamente da Andaluzia mulçumana, o que levou-o para Síria, Egito e norte da África quando aprofundou-se minuciosamente nos estudos das escalas orientais (makamat charki), dos ritmos (ika’a) e dos vários estilos de música árabe como o muachah, a bashraf, a longha, a samai’i e o dulab.
No Brasil, Sami vem realizando uma série de concertos dentre os quais destacam-se: “Concertos Matinais” – Sala São Paulo/ Festival Mundial – Sesc Vila Mariana/ Bienal Internacional de Música – Belém(PA)/ II Mostra de Cultura Árabe Islâmica – Campinas/ Instrumental do Sesc Paulista.
Em 1999, dirigiu musicalmente o espetáculo “Lo Jardim de la Danza” do coreógrafo egípcio Chucri Mohamed.Representou o Líbano na “Orquestra Mediterrânea” (Mostra Sesc de Artes do Mediterrâneo) tendo notória participação com a música de sua autoria Mitli Mitlac que faz parte de seu CD “A Corda da Alma”, lançado em Dezembro/2003 já na 2ª edição.
Michelli Nahid
Apaixonada pela arte começou seus estudos em 1997, aprendendo a dançar na tradicional e conceituada Casa de Chá Khan el Khalilli, na qual permaneceu por dois anos com grandes profissionais como Fátima Fontes, Soraya Zayed e Lulu Sabongi.
Seguindo sua carreira, em 1999 foi vencedora do Concurso Nacional de Dança do Ventre na Categoria Profissional pelo evento Mercado Persa; foi jurada por três anos, permanecendo até os dias de hoje, desfila e leva suas alunas e seu grupo para apresentações. Viajou na Turnê do Cantor Argelino Khaled no Rio de Janeiro e São Paulo, passando por todos os canais de televisões. Em 2001 escreveu sua primeira revista lançada no Brasil pela Editora Escala: O Guia prático e didático da Dança do Ventre, recorde de vendas em todo Brasil.
Atualmente trabalha com os melhores grupos, dançarinas, bandas, músicos e cantores, entre eles: Corda da Alma, Jihad Smaille e Tony Mouzayek, com o qual Michelli Nahid é capa de seu CD vol. 31 e que recentemente produziu seu primeiro DVD, lançado em abril de 2008. É integrante do Grupo Profissional Mil e Uma Noites, administra o Grupo Oriente Michelli Nahid e o conceituado restaurante Marroquino Tanger, além de shows em Bares temáticos: Maevva / Maavah e Alibabar. Participa frequentemente como: ministrante, coreógrafa, jurada e modelo, desfilando desde o ano 2000 até os dias de hoje pelo conceituado Ateliêr Oriental Tony & Robby.
Grupo Litani
O Litani – Grupo Árabe Brasileiro de Folclore & Dança do Ventre, cujo nome vem das águas de um rio do Líbano, divulga e representa a cultura árabe desde setembro de 2006. O grupo celebra a sensualidade feminina representada pela dança do ventre, a alegria contagiante da Dabke, a força masculina transmitida pelas danças de bastões e espadas, a graciosidade das mulheres árabes expressa no Saidi e no Khaliji e a influência espanhola representada pelo flamenco árabe.
Representando o município de Campo Grande, o grupo foi premiado no Festival de Danças do Mercosul, na Argentina, em 2006, 2007 e 2008, já tendo conquistado o 1°, 2° e 3° lugar em suas coreografias e recebido prêmio de melhores coreógrafos.
Em 2008, participou também do 26° Festival de Danças de Joinville, sendo o único Grupo do Mato Grosso do Sul a ser selecionado para o festival. Recebeu da crítica elogios e a admiração do povo catarinense.
Em julho deste ano o grupo participou do 27° Festival de danças de Joinville obtendo o 5° lugar na classificação geral, concorrendo com 1090 grupos. Atualmente, o Grupo Litani tem seu trabalho reconhecido também fora do Estado, além da parceria com o “Grupo 1001 Noites” de São Paulo.
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