Hoje (26), a Cia. Dançurbana apresenta o show “Plagium?” no Cena Som, projeto da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) que leva apresentações artísticas de música, teatro e dança para o Centro Cultural José Octávio Guizzo. O evento será realizado às 20 horas, no Teatro Aracy Balabanian. O show é de classificação livre e terá aproximadamente 45 minutos.
O espetáculo “Plagium?” pretende questionar sobre a autoria em dança e quais ferramentas são usadas para que a construção de um espetáculo seja considerada autêntica - original ou cópia? O homem pesquisa, inventa, cria, testa, usa, reproduz, mostra, vende. A arte passa também por esses diferentes processos tornando-se um produto, e isso a faz particular. Particular? De quem ou do que?
O universo das artes caracteriza-se por um conhecimento específico do saber humano que se faz especialmente, a partir de questionamentos, indagações, dúvidas presentes no cotidiano do ser humano, em relação a várias percepções com o mundo.
A arte não deve ser meramente considerada um produto estético e sim um estímulo para reflexão dentro de cada contexto social. Para os neoístas, o plágio é o verdadeiro método artístico moderno, as influências assimiladas são trabalhadas em novas linguagens, com novas criações e reinvenções.
O diretor e coreógrafo da Cia. Dancurbana, Marcos Mattos, diz: “Ser original é involuntariamente, dizer, escrever, cantar, dançar o que alguém já disse, escreveu, cantou, dançou, mas de maneira diferente, inédita. Toda informação é um “recorte”, precisamos estar atentos a fonte de que extraímos, pois podemos levantar o mesmo objeto de pesquisa em cena, mas de um modo que torne esse objeto único, singular”.
“Fazer arte onde a complexidade das coisas é devastadora é um desafio. Estamos o tempo todo plagiando sem saber. Daí a importância de embasamento investigativo – corpóreo – teórico. “Plagium?” se tornou resposta direta que questiona toda essa hipocrisia do é ou não original, sendo assim, do que é ou não autêntico, o que caracteriza um espetáculo é o presencial, o ao vivo, a troca, os corpos, as perguntas, as questões, a cena, a luz e não meramente um texto”, explica Marcos.
“Sabemos que o nome, a conceituação, a temática, a ambientação para a construção de um espetáculo, são fatores importantes, mas não essenciais, pois cada produto artístico seja ele, espetáculo ou coreografia, se prevalece de investigações coreográficas que partem de diferentes corpos (intérpretes criadores) e de seus respectivos coreógrafos. Sendo assim, a Cia Dançurbana não acredita em mera reprodução do movimento e muito menos em cópia, pois cada corpo carrega sua história e seu repertório criativo e quando apostamos nesses corpos como fontes criadoras resulta-se numa total singularidade dessa proposta”, comenta o diretor da Companhia.
O Grupo Dançaurbana foi criado em 2002, através de um curso de verão realizado pelo Grupo Funk-se. Logo depois chamada de Cia. Dançurbana e completa 7 anos de evolução constante na arte da dança. Nascido em Campo Grande, desde o princípio e até hoje, acredita na ideia de levar a arte a todos os lugares possíveis e de promover a integração com a comunidade.
Cia. Dançurbana é formada por jovens provenientes de projetos sociais realizados na periferia de Campo Grande/MS. A companhia é um agrupamento daqueles que se destacaram pelo seu empenho, participação e engajamento pela arte. Os integrantes da Cia. Dançurbana visam a dança como veiculo de formação e de expressão sensória, e deste modo buscam o aprimoramento estético e técnico, além de tornar acessível o seu trabalho à sociedade em geral, possibilitando à população a apreciação da dança e transformação social pela arte.
A Cia. traz uma nova proposta para o segmento do hip hop sul-mato-grossense, buscando novas linguagens e vivências corporais. Incorporando essa nova proposta em seus trabalhos e criações.
A Companhia já participou de diversos eventos como o Festival Internacional de hip hop em Curitiba em 2008 e do Festival América do Sul neste ano, além dos projetos Domingo na Feira Central, Dança no Museu, Festival de Inverno de Bonito, Dança Campo Grande, Sesc Radical, Rádio Clube Campo – Melhores do Ano, Circuito Dança No Mato, dentre outros e já apresentaram os espetáculos Urbanóides e Fragmentos.
O ingresso terá o valor único de R$ 7,50 e poderá ser adquirido antecipadamente na Cia. Dançurbana na rua Barão do Rio Branco, 1441, das 14h às 22h, ou na hora do espetáculo. Mais informações podem ser obtidas no Centro Cultural José Octávio Guizzo, na rua 26 de Agosto, 453 ou pelo telefone 3317-1792.
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