terça-feira, 3 de março de 2015

Vendas caem 28% e montadoras têm o pior fevereiro desde 2007


A indústria automobilística vendeu apenas 185,9 mil veículos em fevereiro, o pior desempenho para o mês desde 2007, quando os negócios somaram 146,7 mil unidades, segundo dados preliminares do mercado com base em registros de licenciamentos. Na comparação com os números de um ano atrás, a queda foi de 28,3%. Em relação a janeiro, houve recuo de 26,7%. No bimestre, as vendas somam 439,7 mil unidades, incluindo caminhões e ônibus, com redução de 23,1% ante igual intervalo de 2014. Para este mês, a previsão de analistas é de um mercado ainda fraco.

Parte da queda em fevereiro é atribuída ao menor número de dias úteis, em razão do feriado de Carnaval, que no ano passado foi em março. Ainda assim, quando levada em conta a média de vendas diárias, o recuo foi de 15,6% no confronto com fevereiro de 2014 e de 9,5% no comparativo com janeiro deste ano.

Para Rodrigo Nishida, economista da LCA Consultores, o ano começou excepcionalmente ruim para o setor por fatores especiais como a alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em janeiro e escassez de crédito e por fatores conjunturais, como o ajuste fiscal e a queda da confiança dos consumidores. "Os sinais de desaceleração no mercado de trabalho, assim como a queda na confiança dos consumidores, também afetada pelo racionamento de água e energia, deixa a situação do mercado automotivo ainda mais complicada", diz Nishida.

A LCA projeta para o ano todo uma queda de 8% nas vendas de automóveis e comerciais leves. Oficialmente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) trabalha com previsão de estagnação do mercado com números próximos aos 3,5 milhões do ano passado.
O Bradesco revisou a projeção para as vendas de veículos em 2015 de alta de 0,5% para queda de 5,3%. O banco prevê que o mercado só deve voltar a crescer a partir de 2016, embora em ritmo menos expressivo do que antes.

Com o desempenho fraco do mercado, as montadoras estão adotando medidas de corte de produção com lay-off (suspensão dos contratos de trabalho), férias coletivas e programas de demissão voluntária (PDVs).

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