sábado, 3 de fevereiro de 2024

Ministério das Comunicações nega pedido do PT de concessão de rádio e TV

 



O Ministério das Comunicações negou um pedido apresentado pelo PT (Partido dos Trabalhadores) para ter um canal de TV aberta e emissora de rádio próprios.


O pedido foi apresentado em junho do ano passado e estava sob análise do ministério desde então. No último dia 26 de janeiro, foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) a decisão negando o requerimento feito pelo partido.



No pedido, o PT argumentava que "um canal de comunicação próprio possibilitaria o cumprimento de um dever constitucional, legal e estatutário, oportunizando uma participação política para além do simples ato de votar, adotando-se uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária”.


O partido também mencionava a existência de 49 canais vagos e afirmava não haver restrição legal que impedisse um partido político de operar concessões públicas de rádio e TV.


Parecer técnico


Em nota que baseou a decisão, o diretor do Departamento de Inovação, Regulamentação e Fiscalização do ministério, Tawfic Awwad, afirmou que "não há partidos políticos detentores de outorgas de rádio e TV, o que dá ao presente requerimento contornos singulares."


O documento afirma que há três modalidades possíveis de outorga: comercial, educativa e comunitária -- esta última apenas sonora.


Para a outorga comercial seria necessário haver uma licitação mas, diz a nota, "não há, no âmbito do Departamento de Radiodifusão Privada, qualquer processo de licitatório com prazo para habilitação aberto, de modo que seria impossível, portanto, o deferimento do pedido". Também seria necessário realizar um processo seletivo público nos dois outros tipos de radiodifusão.


Ainda segundo o parecer, a legislação é específica sobre quem pode operar concessões públicas e não inclui partidos políticos.


No caso de radiodifusão privada, diz a nota, a lei "traz em seu conteúdo uma relação taxativa de pessoas jurídicas de Direito público e privado que estão autorizadas a prestar serviços de radiodifusão privada. Nesse contexto, ainda que se trate de pessoa jurídica de direito privado, partidos políticos não estão incluídos no rol ali elencado, o que, também, impediria a entidade de lograr êxito em seu pedido."


Ainda segundo o parecer técnico, partidos também não estariam entre os que podem realizar radiodifusão educativa e, no caso da comunitária, a legislação "deixa claro que o referido serviço só pode ser executado por fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos."


"Além disso", continua o texto, "é expressamente vedado que a entidade prestadora do serviço (...) se subordine ou se sujeite à gerência, à administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações político-partidários."


Canal por satélite


Em agosto, o PT lançou um canal de TV transmitido via satélite. Neste caso não é necessária concessão pública. Segundo o partido, o espaço e a inserção do canal no satélite da transmissão foram alugados, com um custo mensal de R$ 35 mil.


À época, o secretário de Comunicação do partido, Jilmar Tatto, atribuiu o projeto a um "processo de expansão" da presença da legenda em meios de comunicação.


G1

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