Brasil, Paraguai, Argentina e Chile se reuniram durante dois dias de evento do 1º Fórum Integração dos Municípios do Corredor Bioceânico, realizado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e Governo do Estado, para discutir demandas que a Rota Bioceânica trará ao ligar o Atlântico ao Pacífico, em um trajeto para facilitar o comércio da América do Sul com os países asiáticos.
O Fórum, que também contou com o apoio da Frente Parlamentar Internacional do Corredor Bioceânico e a Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), reuniu autoridades, empresários e imprensa dos quatro países que integram a Rota Bioceânica, como um passo para concretização desse projeto que visa fomentar acordos comerciais, diminuir burocracias e discutir obras que ampliem o desenvolvimento das cidades pelas quais o corredor dará maior agilidade de escoamento às exportações, como também às importações.
As primeiras são a conclusão da ponte Porto Murtinho/Carmelo Peralta, que interliga um eixo rodoviário de 2.254 km e a obra de finalização do último trecho rodoviário da Transchaco (354km), no prazo de dois anos e meio. Este compromisso foi firmado na Carta de Campo Grande, um documento de intenções que reuniu as contribuições do Fórum e foi apresentada pelo presidente da ALEMS, deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), ao final do evento.
Na Carta, que será enviada ao Congresso Nacional, está escrito que “a Assembleia buscou empreender um esforço conjunto de promoção do Corredor Bioceânico que contemplou diversos campos da atividade econômica”, como o comércio, turismo, cultura. E que “o Corredor Rodoviário Bioceânico deve gerar novos fluxos de comércio, serviços e investimento, tornando Mato Grosso do Sul um grande centro nacional e regional de distribuição de carga”. E ainda que impactará significativamente na competitividade, “isso porque, para o escoamento da produção serão necessários de 12 a 14 dias a menos do que nas rotas tradicionais via Canal do Panamá ou Estreito de Magalhães”.
Para o presidente Paulo Corrêa o evento foi um sucesso. “Estamos ligando nações irmãs e Porto Murtinho que era fim de linha passa a ser o início de uma nova fronteira, um grande ponto de negócios. Vai permitir uma janela de oportunidades. Quero agradecer a todos que vieram e a Assembleia Legislativa fez inovação. Estou feliz em estar à frente da Mesa Diretora, mas todos os 24 deputados estão a serviço dos sul-mato-grossenses para promoção política em cima desse projeto que integra e une em várias coisas boas, que vai beneficiar não só nosso estado, mas todo o Brasil”, disse o presidente.
Em nome da Frente Parlamentar Internacional da Rota Bioceânica. o senador Nelsinho Trad (PSD) parabenizou pelo evento. “Com certeza solidificou e estruturou a Frente Parlamentar que vai ter a missão de replicar nos países a importância da Rota Bioceãnica. Foi feito um debate muito importante, no horizonte de médio e longo prazo, para identificação de problemas e quais são as resoluções. Esse Fórum não acaba aqui, várias forças estão unidas e vai ter nova edição, ainda com data a ser marcada, mas provavelmente no Chile que já demonstrou interesse. Quero agradecer a todos que vieram, deixaram o trabalho e famílias, marcamos história”, ressaltou o senador.
Destaques
A assinatura de convênios foi destaque na primeira manhã de evento. Os quatro países firmaram a troca de informações sobre produção, resultados de estudos técnicos, firma o encontro permanente entre autoridades dos países, cooperações em projetos, planos de execução e seguimento, expressa o interesse em estudos para utilização do turismo ferroviário, visa estabelecer contatos comerciais, financiamentos multilaterais, entre outros. Saiba mais vendo os convênios na íntegra clicando aqui e aqui.
Sete painéis foram realizados durante os dois dias de eventos, com mais de 70 palestras. Logística do Corredor Bioceânico foi o destaque no Painel I, que trouxe, por exemplo, a informação de que uma carga parada em Santos (BR) pode ficar até 18 dias a mais do que em Antofagasta (Chile). O transporte ferroviário também foi tema de painel para a melhoria do escoamento da produção, assim como discutiram o potencial econômico das regiões em que a Rota passará.
O evento também debateu experiências locais, com participação online de empresários e pôs Mato Grosso do Sul foi considerado ponto estratégico para a Rota Bioceânica, assim como a união parlamentar transacional será peça-chave para o sucesso dos novos acordos comerciais. Isso foi destacado pelo ministro João Carlos Parkinson de Castro, coordenador nacional do Corredor Rodoviário Bioceânico. “É preciso que os parlamentares construam uma agenda que valorize a fronteira e repensem suas especificidades”, destacou o ministro. Da mesma forma, o embaixador Carlos Alberto Franco França, ministro de Estado das Relações Exteriores, disse que é preciso harmonizar normas que permitam o livre trânsito. “O mundo de hoje exige competitividade, isso exige uma logística muito completa e o Mato Grosso do Sul está vocacionado para isso”, ressaltou França.
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