© Gabriela Biló/Estadão
Thaís Barcellos e Célia Froufe-Estadão
BRASÍLIA - A dívida pública brasileira cedeu em 2021 após atingir o recorde anual no ano anterior, beneficiada pela retomada econômica e pela aceleração da inflação.
Dados do Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou dezembro aos R$ 6,967 trilhões, o que representa 80,3% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 88,6% no mesmo período de 2020. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
Para o economista do banco americano Goldman Sachs Alberto Ramos, o nível elevado da dívida pública deixa a economia brasileira vulnerável a choques. Com a recente fragilização do teto de gastos (a regra que atrela o crescimento das despesas à inflação), o analista vê aumento do risco fiscal de curto e médio prazo do País. "No geral, colocar a dinâmica da dívida em uma tendência de queda sustentável e estrutural e construir freios fiscais continuam sendo os principais desafios macro para Executivo e Legislativo nos próximos anos", afirma.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) chegou a 57,3% do PIB em dezembro, de 57% do PIB em novembro. A DLSP atingiu R$ 4,967 trilhões. No fim de 2020, a dívida líquida estava em 62,5% do PIB, o recorde histórico.
A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil.
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