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Ficha técnica
Nome: O poço
Nome Original: El hoyo
Cor filmagem: Colorida
Origem: Espanha
Ano de produção: 2019
Gênero: Terror
Duração: 94 min
Classificação: 18 anos
Direção: Galder Gaztelu-Urrutia
Elenco: Ivan Massagué , Zorion Eguileor , Antonia San Juan
Sutileza é uma palavra que passa longe do terror espanhol O Poço, que cria uma metáfora social a partir de uma prisão vertical, na qual cada nível representa uma camada da sociedade – quanto mais abaixo, mas perto da base da pirâmide social se está. Em cada nível, há dois presos, e apenas dois minutos para se alimentar. A cada mês, há uma mudança na localização das celas; é possível subir ou descer.
A alimentação é um fator importante aqui. Aqueles confinados mais ao topo têm os melhores alimentos. Os dois minutos nos quais é permitido comer são de insanidade e desespero. As regras de civilização são deixadas de lado.
O que há de muito no filme dirigido pelo estreante Galder Gaztelu-Urrutia é conceito, mas com uma execução frágil e um roteiro mal resolvido, assinado por David Desola e Pedro Rivero. A música onipresente de Aránzazu Calleja também não ajuda, em sua insistência em ruídos e sem qualquer descanso.
O que interessa a O Poço não é como os ricos sugam os pobres para continuar no topo, mas como os pobres se devoram nas catacumbas da organização social. Trimagasi (Zorion Eguileor) e Goreng (Iván Massagué) dividem o nível 48. O primeiro tem uma faca, o outro, um exemplar de Dom Quixote. Além disso, ele se voluntariou a se confinar, pois, aparentemente, a reclusão eleva seu status social do lado de fora – se ele conseguir sair.
O filme tenta fazer algo de que O Expresso do Amanhã – ficção científica pouco vista e bastante boa de Bong Joon-Ho pré-Parasita – já havia dado conta alguns anos atrás. Falta a Gaztelu-Urrutia a capacidade de confiar no seu público, em ser menos didático e óbvio em sua surrada crítica social.
Alysson Oliveira
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