Os bancos passarão em julho a ofertar a clientes do cheque especial uma opção de linha de crédito com juros menores, anunciou nesta terça-feira a associação que representa o setor bancário, Febraban.
O parcelamento do saldo devedor será oferecido a clientes que tenham usado o cheque especial em volume superior a 200 reais por 30 dias seguidos, com uso de mais de 15 por cento do limite disponível, disse o presidente da Febraban, Murilo Portugal. Os bancos terão de comprovar ao Banco Central que deram ao cliente a opção de linhas de crédito mais baratas.
Questionado sobre a taxa de juros dos produtos oferecidos, Portugal disse que cada instituição estabelecerá a cobrança, mas que ela precisará ser menor, conforme normas de autorregulação do setor.
O estoque de crédito no cheque especial era de 29,5 bilhões de reais em fevereiro, ou 3,5 por cento das operações de crédito sem subsídio a pessoas físicas, segundo dados do Banco Central.
Portugal disse que sempre que entrar no cheque especial, o cliente receberá um alerta. Após 30 dias consecutivos de uso, com mais de 15 por cento do limite, receberá oferta de um produto alternativo mais barato. Se o consumidor continuar no cheque especial, uma nova consulta será feita após 30 dias.
A expectativa, segundo Portugal, é que haja uma redução dos juros cobrados no cheque especial.
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que a autoridade monetária não está satisfeita com a velocidade de queda dos juros e spreads e que quer maior rapidez na redução. [nE6N1R1008] Desde o ano passado, o BC tem atuado junto para tentar reduzir os spreads como forma de ajudar a recuperação da economia.
Procurados pela Reuters, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal [CEF.UL] e Santander Brasil disseram que ofertarão aos clientes produtos que já possuem em seus portfólios, como o crédito pessoal e o consignado. Bradesco e Itaú Unibanco não informaram até o momento quais produtos vão disponibilizar.
Por Carolina Mandl, edição Alberto Alerigi Jr.
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