O projeto Cinema d(e) Horror exibe na próxima quinta-feira (2 de setembro), a premiada animação Waking Life, às 18h30min, no Museu da Imagem e do Som, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, durante o período de reforma do Centro Cultural José Octávio Guizzo. A entrada é gratuita e a classificação é de 14 anos.
O filme Waking Life (EUA/2001/99minutos) do diretor Richard Linklater se inicia de uma ideia estimulante, ousando no roteiro e na concepção do longa metragem. O resultado é uma obra experimental condizente com a trama e a proposta do longa-metragem.
A trama na verdade se baseia num conceito: um personagem passeia por várias situações e ambientes, sem ligação uns com os outros, onde vários personagens discutem temas como existencialismo, reencarnação e principalmente: sonhos.
Várias interpretações e teorias sobre sonhos são discutidas, enquanto o personagem principal procura descobrir que mundo é esse pelo qual ele passeia.
Waking Life foi vencedor pelo Festival de Veneza do “CinemAvvenire” Award como Melhor Filme, pela National Society of Film Critics Awards, USA – foi premiado como Melhor Filme Experimental e pela Ottawa International Animation Festival como Melhor Filme de Animação e recebeu indicações ao Leão de Ouro pela Magic Prize - Special Mention e de Melhor Filme, Diretor e Roteiro pela Independent Spirit Awards.
A primeira coisa que chama a atenção, no entanto, é o visual. Longe de ser apenas um filme de animação, Waking Life é uma experiência. Um universo totalmente vetorizado, a animação em constante metamorfose.
Os traços nunca são os mesmos; por várias vezes, em uma única sequência os personagens são transfigurados por completo. Cenários que se movem por inteiro fazem com que cada cena seja um espetáculo, explica Liana Weber, acadêmica de Direito da UFMS e responsável pela mediação do debate após o término do filme.
Utilizando-se de metáforas a personagem transcende a essência do próprio ser, atingindo concepções do sagrado e do ininteligível ao deparar-se com um sonho que nunca acaba, aprisionando-se ao mesmo tempo que liberta-se, através da consciência de si mesmo, que adquire através dos diálogos que trava enquanto sonha lucidamente. Residindo ai o Horror: na violenta impressão de não saber se está acordado ou sonhando”, finaliza Liana.
O projeto Cinema d(e) Horror é coordenado pela professora doutora Rosana Cristina Zanelatto Santos, Coordenadora da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPP) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e por Carol Sartomen, mestranda de Estudos Linguagens da UFMS, tem duas exibições mensais e conta com a participação de graduandos e mestrandos da área de Letras da UFMS para as exibições e mediações de debates de filmes que tratam da categoria "Horror" no plano das artes e conta também com a participação da sociedade campo-grandense.
Mais informações podem ser obtidas no Museu da Imagem e do Som, que fica no Memorial da Cultura – 3º andar, na Avenida Fernando Correa da Costa, 559 - centro ou pelo telefone 3316-9178.
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