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sexta-feira, 6 de novembro de 2009
A quarta-feira (4)foi um dia de música clássica na Casa Branca
Música clássica tem lugar de destaque na Casa Branca
Getty Imagem
Anthony Tommasini
A quarta-feira (4)foi um dia de música clássica na Casa Branca . As festividades e apresentações foram promovidas pelo Comitê de Artes e Ciências Humanas da presidência, criado por uma ordem executiva datada de 1982. A primeira dama serve como presidente honorária da organização, e Michelle Obama, exercendo atentamente essa função, decidiu criar uma série de música clássica para a residência presidencial.
Programas de música anteriores tiveram dias inteiros dedicados a apresentações de jazz, música country e música latina. Na quarta-feira (4), foi a vez da música clássica. A celebração foi encerrada com um concerto na East Room. O presidente e Michelle Obama eram os anfitriões, e entre os músicos que se apresentaram estavam quatro aclamados artistas norte-americanos: o violinista Joshua Bell; a violoncelista Alisa Weilerstein; a violonista Sharon Isbin; e o pianista Awadagin Pratt.
O presidente deu início ao concerto com uma mensagem de boas vindas que relatava a história dos programas de música clássica na East Room, que foram iniciados 120 anos atrás. Sem medo de revelar sua relativa inexperiência com relação à música clássica, o presidente aconselhou aqueles que não soubessem em que ponto aplaudir a não se preocuparem demais, mas acrescentou: "Posso contar com a ajuda de Michelle. Vocês terão de se virar sozinhos".
O programa consistia de trechos de peças mais extensas, e foi concluído com a porção final do primeiro trio para piano de Mendelsohn. Ainda assim, foi uma apresentação substantiva, que incluía a hercúlea transcrição de Pratt para a Passacaglia e Fuga em Dó menor, de Bach, composta originalmente para órgão, e uma volátil interpretação de Weilerstein para o movimento final da sonata de Kodaly para violoncelo solo.
Um evento de significado especial aconteceu de tarde, quando Obama recebeu um grupo de cerca de 120 alunos de escolas locais de música de todo o país, para uma oficina musical. Os quatro artistas convidados tocaram para os estudantes e também com eles, depois de ensaiar durante sessões matinais fechadas na Casa Branca.
Se Sujari Britt, 8, uma animada estudante de violoncelo da Manhattan School of Music, estava com medo de tocar um dueto de Boccherini com Weilerstein, na Casa Branca e diante da primeira dama, era impossível perceber. Britt executou a alegre melodia com som maduro e fraseado preciso, e, quando os papeis foram revertidos, executou com perfeição a função de acompanhamento.
Weilerstein também tocou O Cisne, conhecida peça de Saint-Saens para violoncelo, em um arranjo para violoncelo e vibrafone, com o acompanhamento de Jason Yoder, 16, um percussionista alto e descabelado da Creative and Performing Arts High School, de Pittsburgh, que executou um acompanhamento gentil para a bela interpretação de Weilerstein. As duas apresentações em dueto com os jovens músicos foram repetidas no concerto noturno, e atraíram fortes aplausos.
Bell, que trabalhou com um grupo de jovens violinistas pela manhã, sem querer lhes ensinou que até mesmo o mais talentoso dos músicos pode se ver apanhado em uma enrascada. Ao executar um lírico Cantabile de Paganini em dueto com o violão de Isbin, ele inadvertidamente pulou um trecho da partitura, perto do final da peça, e parou. "Acho que estou na parte errada", comentou. Bell havia pulado dois compassos, explicou. Por isso, ele e Isbin simplesmente encerraram a peça mais cedo.
A simplicidade de Bell parece ter entusiasmado seus jovens ouvintes em proporção semelhante à de seu desempenho em uma adaptação feérica de Vieuxtemps para Yankee Doodle.
O dia havia começado com uma cerimônia no salão de recepções, onde Michelle Obama entregou os prêmios Coming Up Taller do comitê aos programas de músicas de maior sucesso do país, entre os voltados a atrair estudantes que não tenham oportunidade suficiente de explorar as artes. Também foram concedidos prêmios a programas de arte de países parceiros do comitê, como o México, Egito e China.
A primeira dama disse que o nome do prêmio é uma referência ao orgulho que os estudantes sentem ao conquistar a chance de encontrar suas vozes por meio da arte. Ela elogiou os mentores e professores desses programas influentes, que demonstram aos jovens "não apenas o poder de suas imaginações" mas "o poder da disciplina, do trabalho árduo e da colaboração, igualmente".
Michelle Obama falou com emoção sobre crianças criadas em centros urbanos nos quais as instituições artísticas florescem mas onde esses recursos ainda assim lhes parecem inacessíveis. Artes e música devem ter lugar não apenas nos teatros e salas de concerto, disse, mas "nos salões da Casa Branca". Ela quer que a Casa Branca sirva como polo para difundir a arte norte-americana.
Perguntada, depois da oficina musical, se a decisão dos Obama de celebrar a música clássica na Casa Branca ajudaria a desmitificar essa forma de arte e atrair para ela a atenção merecida,. Weilerstein disse que "se não o fizer, não consigo imaginar o que poderia fazê-lo".
The New York Times
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