A descarga ecológica, mecanismo regulador de descarga de vaso sanitário que foi desenvolvido em Mato Grosso do Sul, será apresentada,neste mês de abril, durante a Feira Internacional de Invenções, em Genebra, na Suíça. Criada pelo inventor sul-mato-grossense Florêncio Argemon Neto na década de 80 e patenteada há 11 anos, a invenção foi desenvolvida na unidade do Senai/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande.
"A idéia surgiu quando, assistindo uma reportagem na televisão, ouvi pela primeira vez que os Estados Unidos estavam realizando uma pesquisa sobre as alternativas para a falta de água potável no mundo a partir do ano 2000", explica Florêncio Neto, completando que, a partir de então, começou a pensar em alternativas para a economia de água, em particular, a de uso doméstico.
Após ser patenteado, o invento de Florêncio Neto foi melhorado em parceria com o engenheiro-civil Amarildo Miranda Melo que acompanhará o inventor à Feira Internacional de Invenções, a ser realizada de 2 a 6 de abril. "As descargas sanitárias mais antigas utilizam de dez a 15 litros por segundo, já as mais modernas, consideradas top de linha, consomem cerca de 6,8 litros por fluxo. O nosso invento utiliza apenas três litros de água por acionamento, proporcionando uma economia de até 55% no consumo da água no vaso sanitário", ressalta o engenheiro.
Funcionamento
O diferencial da descarga ecológica é que seu acionamento é feito por meio da mudança da posição geométrica da curva que forma o sifão do vaso sanitário. Segundo os inventores, uma alavanca movimenta hastes e placas ligadas a ela, abrindo a caixa de descarga para seu esvaziamento e movimentando a curva, que atua como sifão, para o despejo dos dejetos do vaso sanitário na entrada do esgoto predial.
Florência Neto destaca que, depois de esvaziar a caixa de descarga, ela se fecha para posterior enchimento, trazendo todo o mecanismo e a curva à posição de repouso original. De acordo com Amarildo Melo, esse novo produto pode ser utilizado em novas construções e também na troca de produtos mais antigos. "São vários benefícios como à economia financeira através da diminuição do consumo de água e, no geral, a redução do volume de água nas Estações de Tratamento de Esgoto", exemplifica.
Além disso, acrescenta o engenheiro, o vaso também poder ser fabricado de material alternativo, não cerâmico, como carbonato de cálcio e resina acrílica, causando melhorias no meio ambiente. O vaso ecológico já está em funcionamento na casa do inventor há mais de três meses e tem patente mundial, além de no Brasil, Estados Unidos e mais 16 países da comunidade européia.
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