quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Seis cidades de MS registram umidade do ar abaixo de 10%

 

                                           Gerson Oliveira / Correio do Estado



Nesta quarta-feira (4), seis cidades de Mato Grosso do Sul registraram índices extremos de umidade relativa do ar, abaixo de 10%. O recorde negativo foi registrado no município de Paranaíba, com 7% de umidade, um nível prejudicial à saúde e com risco de morte.


Segundo informações meteorológicas, o calor não dará trégua nos próximos dias, pois o estado de Mato Grosso do Sul está em uma bolha de calor, conhecida como "domo de calor", que significa que estamos em uma espécie de panela de pressão atmosférica. A situação deve se agravar nos próximos dias.


Segundo dados do meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão, seis cidades de Mato Grosso do Sul registraram umidade relativa do ar abaixo de 10%, estabelecendo novos recordes.


Paranaíba -7%

Tres lagoas -8%

Chapadão -8%

Costa Rica -8% 

Água Clara- 9%

Cassilândia- 9% 



Outras sete cidades também registraram umidade relativa do ar abaixo de 12%.


Santa Rita do Pardo -11%

Bataguassu -11%

São Gabriel -12%

Campo Grande -12%

Sidrolândia -12%

Pedro Gomes -12%

Jardim -12% 


O calor também não dá trégua. Apesar da baixa umidade relativa do ar, a sensação térmica registrada é altamente perigosa. Na tarde de hoje, o município de Água Clara registrou 40,9ºC, com sensação térmica de 46ºC.


Água Clara 40,9º, com sensação térmica de 46ºC

Pedro Gomes 40,8º, com sensação térmica de 44ºC

Paranaíba 39,6ºC, com sensação térmica de 44ºC

Rio Brilhante 39,3, com sensação térmica de 42ºC

Paranaíba 39,6ºC, com sensação térmica de 44ºC



Risco extremo para saúde 

A baixa umidade relativa do ar pode causar ou agravar algumas doenças e trazer sintomas ao corpo humano.


O sistema respiratório é o mais afetado, pois, segundo médicos especialistas, o ar seco favorece o ressecamento das vias aéreas e a mucosa não consegue proteger o organismo de diversas infecções. Além disso, o período de queimadas deixa o ar com mais agentes particulados e poluição, que também causam alergias.


É comum o desencadeamento de crises de asma, sinusite e rinite.


O ar seco também mantém suspensos vírus e bactérias, que podem causar inflamações na garganta, gripes e resfriados, além de desencadear crises de asma, sinusite


Até pessoas que não tem doenças ou predisposições podem ser afetadas por sintomas como dor de cabeça, cansaço, coriza, sangramento no nariz e pressão na face.


A pele também sofre com ressecamento e podem surgir dermatites, crises de coceira e vermelhidão.


Nos olhos, os sintomas incluem ressecamento, inflamação, coceira, vermelhidão e dor, podendo ocorrer também conjuntivite alérgica.


Quando os índices estão abaixo de 10%, a situação é considerada de emergência, pois há riscos graves para a saúde, podendo levar à morte.


Entre os riscos, está o aumento de casos de acidente vascular cerebral (AVC), já que a falta de umidade deixa os brônquios mais fechados, o que atrapalha o fluxo sanguíneo em direção aos pulmões e força o bombeamento de sangue pelo coração.


De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o sangue fica mais espesso e torna mais fácil o entupimento dos vasos sanguíneos, o que pode causar o AVC.


Há também risco para pessoas com problemas cardíacos e hipertensos.


Situação deve piorar 

Segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), a previsão para os próximos dias é de tempo firme e muito sol.


A previsão indica a continuidade do tempo firme em todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Essa situação ocorre devido à atuação de um sistema de alta pressão atmosférica, que age como um bloqueio e inibe a formação de nuvens, favorecendo um clima quente e seco no Estado.


Ainda segundo informações meteorológicas, no período da tarde, a umidade relativa do ar deve variar entre 8% e 20%.


Segundo os dados meteorológicos, as condições previstas de tempo quente e seco tornam o ambiente propenso à ocorrência de incêndios florestais. Portanto, recomenda-se que a população não ateie fogo em nenhuma situação. 


Preocupados com a saúde humana, recomenda-se beber bastante líquido e umidificar os ambientes. 


Não praticar exercícios físicos durante as horas mais quentes do dia

Evitar exposição ao sol das 9h às 17h

Usar protetor solar

Beber muita água

Usar roupas finas e largas, de cores claras e tecidos leves (de algodão)

Não fazer refeições pesadas

proteger-se do sol com chapéus e óculos de proteção

Manter o ambiente arejado, com umidificador de ar, ventilador, toalhas molhadas, baldes cheios d'água e ar condicionado



João Gabriel Vilalba

Com Correio do Estado

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