terça-feira, 24 de outubro de 2023

Teatral Grupo de Risco segue na celebração dos seus 35 anos

 


                                              Foto: Divulgação



O Teatral Grupo de Risco (TGR) prossegue na comemoração dos seus 35 anos de trajetória com apresentações do espetáculo “Guardiões” e a estreia de “Circo do Absurdo”. As apresentações serão realizadas de hoje a quinta-feira, 24 a 26 de outubro, no espaço do Teatral Grupo de Risco (Rua Trindade, nº 401, Jardim Paulista), com entrada gratuita. 


“Circo do Absurdo” tem dramaturgia de Ewerton Goulart, direção de Yago Garcia e faz parte do projeto TGR Entre Furnas e Distritos, realizado por meio do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e do governo do Estado. 


O espetáculo é uma experiência teatral que “transcende as barreiras da realidade, explorando a complexidade da existência humana, levando o espectador a uma jornada única e intrigante por três mundos interligados”.

A trilogia composta por “A Deusa da Perdição”, “O Pássaro Branco” e “O Cão sem Lar” busca preparar a plateia para uma “montanha-russa de emoções, reflexões profundas e uma viagem teatral que desafia as convenções e convida o público a questionar o absurdo que permeia nossas vidas”.


No elenco estão Ewerton Goulart, Fábio Umeda, Fernanda Kunzler, João Bosco Echeverria e Yago Garcia. Cenário e adereços: Yago Garcia. Arte visual e fotos: Helton Perez – Vaca Azul. Texto original: Ewerton Goulart. Duração: 50 minutos. Classificação: 14 anos.



“GUARDIÕES”

O espetáculo “Guardiões” faz parte de uma outra trilogia do Teatral Grupo de Risco, que aborda a história de Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma encenação “limpa, seca, que apresenta o modelo de ‘desenvolvimento’ oferecido à nossa sociedade pelo sistema econômico vigente no mundo”.


O universo abordado é retratado de forma sintética: o cenário é virtual, infinito e neutro, com as cores aparecendo somente “ao longe”. Os atores e a atriz em cena são personagens que quase se confundem com o cenário, tornando-se quase invisíveis aos olhos do público. A dureza do território está entranhada no modo de ser e de lutar de cada um no enredo.


São criaturas que têm uma simbiose bem peculiar e, ora animais ora homens, vivem naquele cenário chamado Pantanal. “Guardiões” apresenta três personagens que vivem simbioticamente nesse universo alagável e “agora tratam de entender e interagir ‘como de costume’ em um ambiente em que as tradições estão mudando ou desaparecendo vertiginosamente”. 


A incerteza frente a esta nova realidade e o sentimento de abandono os une em uma conjunção única de desesperança.


CIRCULAÇÃO E ESCUTA

A nova montagem (“Circo do Absurdo”) e a circulação dos espetáculos fazem parte do projeto TGR Entre Furnas e Distritos, que foi executado durante o ano de 2023 com quinze apresentações teatrais. 


Foram contempladas diversas regiões, entre elas as Furnas da Boa Sorte, dos Baianos e do Dionísio e também mais dois distritos de Campo Grande: Anhanduí e Rochedinho. A proposta da iniciativa foi descentralizar as atividades culturais e teatrais, promovendo o acesso e o contato com a arte.


Fizeram parte do projeto TGR Entre Furnas e Distritos quatro espetáculos: “A Princesa Engasgada”, com texto de Márcia Frederico, “Revolução”, baseado na obra de Augusto Boal, “Guardiões”, de Lú Bigattão, e “Do Jeito que É Hoje em Dia”, adaptação do texto de Virginia Menezes. Voltado para crianças, “Navegantes”, de Lú Bigattão, também participou da itinerância como espetáculo convidado.


Após cada apresentação, foi realizada uma sessão da Negrarte, roda de conversa que envolveu uma escuta com a comunidade local acerca do trabalho apresentado. 


A educadora Romilda Pizani conduziu esses encontros, que proporcionaram um momento de diálogo e reflexão sobre o povo negro na cena teatral e na arte. Todas as ações propostas foram gratuitas e com intérprete em Libras.


O TGR

O Teatral Grupo de Risco completa 35 anos de atividades em 2023. Ao longo do tempo, o TGR produziu mais de 30 espetáculos, entre adultos, infantojuvenis e de bonecos, além de documentários e programas de televisão, projetos sociais, campanhas educativas e oficinas de formação. 


Em seus projetos, busca alinhar o interesse em estudos da identidade cultural de MS, pesquisas de linguagem e o compromisso com as questões sociais.


O grupo participa, incentiva e realiza debates sobre as políticas públicas locais e nacionais voltadas à cultura e mantém uma relação colaborativa com outros produtores e grupos teatrais por meio da disponibilização de sua sede para ensaios, oficinas, rodas de conversa, seminários e workshops abertos a intérpretes, diretores e a toda a comunidade artística e acadêmica, além do público em geral.


A preocupação com os debates ocorridos dentro da classe artística voltados à formação de público e à democratização da arte é o que mobiliza o TGR a propor projetos como o Depois do Fim do Mundo e o Entre Furnas e Distritos, que visam ampliar as possibilidades de participação das comunidades periféricas no teatro e bancar a manutenção das atividades do grupo. 


Mais informações: (67) 99241-6227, teatralgrupoderisco.blogspot.com.br e no Facebook: teatralgrupoderisco.


O espetáculo “Guardiões” faz parte do repertório do Teatral Grupo de Risco e está em cartaz há quase 10 anos. A peça retrata um Pantanal com os impactos e as consequências da ocupação humana, onde os habitantes têm uma relação simbiótica com o território que habitam ao tempo em que, gradativamente, vão sendo expulsos da região.


Os personagens sentem-se em desequilíbrio, assim como todo o ambiente, e enfrentam dificuldades com o novo sistema que se estabelece. 


“A nova realidade que se impõe no território fere as estruturas econômicas e sociais: o pantaneiro pressente a falência do seu mundo”.


Com o Portal Correio do Estado

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