terça-feira, 10 de outubro de 2023

Helicóptero apreendido no Paraguai pertencia a brasileiros

 



Integrante da equipe que na segunda-feira apreendeu um helicóptero do lado paraguaio da fronteira, o promotor Celso Morales, do Ministério Público do Paraguai, afirmou nesta terça-feira que a aeronave pertence a narcotraficantes brasileiros, conforme publicação do jornal paraguaio ABC Color. 


Durante a operação foram presos três paraguaios que estavam a serviço destes traficantes. O responsável pela fazenda teria informado que arrendou ou imóvel para brasileiros, mas não deu mais detalhes. “Ele se referiu a eles como pessoas perigosas, mas não quis dar mais detalhes”, afirmou o promotor, conforme o jornal paraguaio. 


O promotor informou ainda que o helicóptero já teria sido usado para o transporte de cocaína, geralmente com carregamentos de 250 quilos. “Eles estão utilizando esse tipo de aeronave pela facilidade de pousar, porque sabemos que aviões pequenos precisam de terreno maior para usar como pista”, afirmou o promotor.


E a afirmação do promotor pode ser confirmada com uma série de ocorrências ao longo dos últimos três anos na região. Neste período, este foi o nono helicóptero apreendido ou que se envolveu em acidentes na região de fronteira. Duas destas ocorrências ocorreram do lado paraguaio e outras sete, na região sul de Mato Grosso do Sul.


Além disso, operações da Polícia Federal resultaram na apreensão de 13 helicópteros nos estados de São Paulo, Santa Catarina e no Paraná. Todas elas, de acordo com informações da PF divulgadas em maio e junho deste ano, tinham elo com a quadrilha comandada pelo sul-mato-grossense Antônio Joaquim da Mota (Motinha), o “Don Corleone”, como gosta de ser chamado. 


Motinha é de família tradicional de Ponta Porã e utilizou helicóptero para escapar de operações montadas pela Polícia Federal em maio e junho deste ano. Nas duas operações, de acordo com a PF, teria sido informado com antecedência e por isso conseguiu escapar. 


E a apreensão desta segunda-feira (9), na qual também foram apreendidas quatro armas longas e três pistolas e revólveres, indica que, apesar das seguidas operações para capturar Motinha, ele continua ativo na região com o transporte de cocaína.


No dia 15 e setembro, um helicóptero que escapou de uma abordagem policial no Paraná pousou em uma fazenda próximo a Naviraí e acabou sendo apreendido. No começo de agosto, na mesma região, uma aeronave fez um pouso forçado no mesmo município. Um dos ocupantes já havia sido preso por envolvimento com a quadrilha comandada por Motinha.


O helicóptero apreendido nesta segunda-feira está em nome do Daycoval Leasing – Banco Múltiplo S.A e seu valor é estimado entre 3 e 5 milhões de reais. Foi fabricado em 2.018  e está com a documentação em dia na Agência Nacional de Aviação (ANAC) e tem validade até julho de 2024.


Ele estava escondido em meio a uma mata, sob uma série de lonas em região de difícil acesso, mas no local foi encontrado um telefone celular que funciona via satélite, evidenciando que para a quadrilha tinha comunicação com qualquer região. Depois de retirado da mata, foi levado a Pedro Juan Caballero e posteriormente até Assunção, capital do Paraguai.



NERI KASPARY

Com o Portal Correio do Estado

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