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A demanda por produtos químicos de uso industrial encolheu no 1º quadrimestre de 2023, sendo este o patamar mais baixo dos últimos 17 anos deixa setor em alerta, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Já o volume de importações, dos mesmos produtos, subiu 10,1%, passando a ocupar uma fatia maior do mercado doméstico, de 42%, contra 37% nos primeiros quatro meses de 2022.
“Em linhas gerais, se houvesse competitividade e disponibilidade de gás natural no País, essas importações poderiam ser evitadas ou minimizadas. Dentro deste contexto, considera-se ainda o efeito da retirada do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) e a redução das alíquotas do imposto de importação de algumas resinas termoplásticas, a partir de agosto de 2022”, comenta a entidade.
Como resultado, o nível de utilização da capacidade instalada recuou oito pontos percentuais na média dos primeiros quatro meses de 2023, ante igual período do ano passado, ficando em apenas 67%. “Vale destacar também a elevação de importações de produtos químicos (diretas e indiretas, contidas em produtos de diversas cadeias) provenientes de países asiáticos e que ganharam competitividade internacional por conta de terem se tornado destino de exportações de óleo e de gás natural russos, com o recuo da demanda europeia, como a Índia e a China", indica.
Segundo Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, um dos principais elementos de custos do setor químico, que afeta a produção e impede o avanço de investimentos, está relacionado ao custo das matérias-primas básicas. Neste momento internacional delicado, cabe uma reflexão sobre o risco da dependência e a vulnerabilidade em cadeias estratégicas e relacionadas à segurança alimentar e de saúde.
“O país precisa aproveitar esse momento e pensar em como crescer de forma sustentada, especialmente nos segmentos em que há vocação natural e vantagens comparativas, além do enorme mercado. Apesar do cenário ruim dos últimos anos, uma oportunidade de transformar esse cenário está refletida no programa Gás para Empregar, anunciado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que pode tornar o Brasil mais competitivo, atraindo investimentos que estão, há tempos, represados, ajudando na reindustrialização do País, na criação de novos empregos e de receitas tributárias. Garantia de energia e matéria-prima são os principais fatores para atração de investimento na química e o Brasil pode oferecer essas possibilidades”, ressalta
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