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A startup Symbiomics anunciou que pretende completar uma coleção com mais de 10 mil microrganismos até o final deste ano de 2022. Ao concretizar esse objetivo, a agtech se tornará a proprietária de uma das maiores coleções mundiais de microrganismos, aponta o portal especializado AgroPages.
Além disso, a empresa aposta no desenvolvimento de soluções para os mercados de biodefensivos, de biofertilizantes e de crédito de carbono voluntário. “Ao utilizar tecnologias de sequenciamento, aprendizado de máquina e ferramentas de edição gênica, a Symbiomics está desenvolvendo a nova classe de produtos biológicos de alto desempenho para o aumento da produtividade das culturas de forma sustentável”, diz a startup.
De acordo come eles “estima-se que haja mais de um trilhão de microrganismos diferentes nos mais diversos ecossistemas no planeta Terra. E cerca de 99% deles ainda permanecem inexplorados pelos seres humanos.” Mariana Ramos Leandro, Lead Research Scientist da Symbiomics, afirma que “a biodiversidade microbiana é riquíssima, principalmente nos biomas brasileiros”.
“Vamos até esses diferentes ambientes e coletamos os microrganismos associados, por exemplo, aos solos”, explica a bióloga molecular com experiência em isolamento de microrganismos promotores de crescimento e de tolerância a estresses ambientais em plantas.
As amostras são coletadas e levadas ao laboratório para que os microrganismos sejam cultivados, isolados, identificados e então armazenados em coleções microbiológicas ou biobancos. A bioprospecção também pode ser realizada in silico, ou seja, pela análise computacional de sequências genômicas.
Através dessas análises, pesquisadores buscam associar trechos do DNA microbiano a funções específicas, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de ferramentas e produtos biotecnológicos.
“Isso só é possível devido à grande quantidade de dados que tem sido gerada a partir do sequenciamento de metagenomas e genomas completos de microrganismos e sua análise a partir da bioinformática”, completa Mariana
A prospecção in silico se mostra como uma estratégia complementar para investigação desses microrganismos devido aos desafios associados ao cultivo de microrganismos selvagens em laboratórios.
A maioria demanda ajustes específicos em parâmetros físico-químicos e nutricionais para crescimento, o que demonstra a complexidade envolvida em estudos microbianos dependentes de cultivo.
Fundada em 2020 por ex-alunos da Universidade Federal de Campinas (Unicamp), a startup Symbiomics está de olho no mercado de insumos biológicos, que cresce de maneira exponencial no Brasil e no mundo.
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