Estadão Foto: Reprodução/You Tube
O Corinthians anunciou oficialmente no início da madrugada desta terça-feira, nos primeiros minutos de seu aniversário de 110 anos, a Hypera Pharma como proprietária do naming rights da Arena Corinthians pelos próximos 20 anos. A partir de hoje a casa alvinegra será chamada de Neo Arena, em referência à marca Neo Química, pertencente ao conglomerado farmacêutico.
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, comemorou a parceria. Ele espera agora resolver mais duas pendências da Arena: as dívidas com a Caixa Econômica Federal e com a Odebrecht.
"Emoção é enorme, é a segunda parte realizada, faltam mais duas partes, que vamos realizar até as próximas semanas. É um prazer muito grande, uma honra. Me sinto realizado como corintiano e sonhando como presidente.
Já tivemos momentos bons e ruins, mas uma coisa que ninguém pode negar é que eu sempre briguei pelo Corinthians e pela torcida. Quero fazer um agradecimento aos torcedores e dizer que estamos realizando uma coisa que estávamos nos cobrando havia muito tempo", afirmou Andrés durante a transmissão do evento.
Apesar de o naming rights ter sido fechado depois de mais de seis anos da inauguração do estádio, Andrés acredita que o Corinthians será exemplo. "Vai ser um paradigma. Vai mudar a estrutura do futebol com o novo nome. Com certeza será outro boom de dinheiro novo nos clubes de futebol. Não só no Corinthians. Seremos exemplos mais uma vez."
O novo nome do estádio vazou momentos antes do início das comemorações do aniversário do clube, evento transmitido pelo canal do YouTube da Corinthians TV.
A cerimônia contou com apresentação do ator Dan Stulbach e participação do ex-goleiro Ronaldo Giovanelli e a cantora Negra Li, além de outros convidados. O Estadão revelou na última semana que o clube assinou um contrato estimado em R$ 300 milhões pela concessão do nome.
A nova parceria, a Hypera Farma, possui mais de cem marcas, entre elas Doril, Engov, Benegrip e Merthiolate. A empresa pretende no novo acordo explorar também os nomes dos seus produtos e batizar também os setores do estádio.
A parceria ajudará no pagamento da dívida do estádio e também o time de futebol. Ou seja, pode ser que a empresa também estampe suas marcas no ônibus do clube, nas placas de publicidade no centro de treinamento e, eventualmente, até no uniforme.
Apesar de ser uma contribuição para o clube, a nova parceria não contou com anuência do Conselho Deliberativo e nem do Conselho Fiscal. O contrato foi assinado pelo Fundo Arena Corinthians, que tem a Odebrecht como sócia, e possui CNPJ diferente em relação à instituição.
Além da construtora, o naming rights da arena teve também aprovação da Caixa Econômica Federal, com quem o clube se endividou para construção da obra. O banco informa que o Fundo deve R$ 536 milhões. O clube contesta e diz que a dívida está em torno de R$ 485 milhões.
A discussão foi parar na Justiça no ano passado, mas o processo está suspenso para tentativa de negociação. Com a construtora, o Corinthians alega ter quitado boa parte do que deve. A Odebrecht fala em R$ 160 milhões.
O Corinthians tenta vender o naming rights do seu estádio desde o início das obras, há dez anos. A demora para fechar um acordo gerou dívidas e processos na Justiça. Em 2012, o então vice-presidente Luis Paulo Rosenberg chegou a comentar que estava próximo de um desfecho positivo e disse que negociava com empresas voltadas para o setor de consumo, mas não deu certo.
A Arena Corinthians teve o primeiro evento em 10 de maio de 2014, quando 104 ex-jogadores foram convidados e realizaram partidas de exibição. O jogo inaugural e oficial aconteceu oito dias depois. Na ocasião, o Corinthians perdeu para o Figueirense por 1 a 0, com gol marcado pelo meia Giovanni Augusto, em jogo válido pelo Brasileirão.
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