quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Anti-herói discute 'Deadpool 2' com astro de 'Anos Incríveis' em versão turbinada

FolhaPress

"Deadpool" (2016), adaptação para o cinema do mais cínico, amoral e politicamente incorreto herói da Marvel, funcionou muito bem, com o canastrão Ryan Reynolds achando o personagem de sua vida.

Neste ano, "Deadpool 2" repetiu a dose. A única crítica possível é considerar o filme muito parecido com o anterior. E é. A trama muda, mas o deboche, o ritmo incessante e as piadas que fazem referências aos quadrinhos e aos filmes de super-heróis seguem inabaláveis. "Era uma Vez um Deadpool", o terceiro lançamento da franquia do herói, é na verdade o mesmo segundo filme, modificado.

Reynolds, produtor dos filmes, pensou numa versão família, tirando três elementos abundantes em Deadpool: sexo, drogas e palavrões. E faz isso com humor, usando bipes sonoros em cima dos palavrões ou trocando a etiqueta "cocaína" por "açúcar" na droga que rouba de traficantes.

"Era uma Vez um Deadpool" está ancorado na figura de Fred Savage, que se consagrou como ator-mirim nos anos 1980, no papel de Kevin Arnold na adorada e nostálgica série "Anos Incríveis". Aos 42 anos, Savage hoje trabalha mais como diretor. Entre seus créditos, muitos episódios da série "Modern Family".

Em 1987, ele fez o papel de um garoto em "A Princesa Prometida". A ação, ambientada na Idade Média, surge da lenda que o avô conta ao neto para fazê-lo dormir. Agora, Savage é sequestrado e já começa o filme amarrado a uma cama num cenário idêntico ao quarto do menino em "A Princesa Prometida". A proposta: Deadpool só irá soltá-lo quando acabar de contar o enredo de "Deapool 2".

Quem viu o filme há alguns meses deve se lembrar de tudo. Foram incluídas três cenas inéditas, ótimas. Mas nada supera as muitas interrupções para os comentários e discussões de Deadpool e Savage. No total, são espalhados pelo filme quase 15 minutos de conversa, de morrer de rir.

"Era uma Vez um Deadpool" é obrigatório para dois tipos de espectador: aquele que ainda não viu "Deadpool 2", que pode ser assistido agora numa versão turbinada, ou quem gostou tanto que tinha vontade de ver de novo, ganhando risos extras.

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