Chegando ao quinto filme, “Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar”, a franquia dá sinais de cansaço e olha para seu passado. Resgata velhos personagens – Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley) – ao mesmo tempo que incorpora sangue novo, procurando ainda uma sobrevida para a lucrativa franquia que já dura 14 anos.
Um novo casalzinho para fazer um par romântico relutante emerge na figura de Carina Smith (Kaya Scoldelario) e Henry Turner (Brenton Thwaites) – mas faltam carisma e química aos dois, ou vai ver um roteiro melhor (este foi da autoria de Jeff Nathanson). Em compensação, o vilão é de respeito: Javier Bardem na pele de Salazar, um militar espanhol que virou fantasma sem querer por obra das artes do bom e velho Jack Sparrow (Johnny Depp) e está procurando um jeito de botar a mão no atrapalhado capitão do Pérola Negra.
Com seu vozeirão e debaixo de uma maquiagem realmente assustadora, Bardem impõe respeito até para cima do capitão Barbossa (Geoffrey Rush), que ele também vai ameaçar para achar pistas do responsável por suas desgraças.
O navio Pérola Negra, aliás, está miniaturizado numa garrafa, sempre no bolso de Jack, que nunca está sóbrio o bastante para retomar sua missão para recuperar o barco e botar sua fiel tripulação no mar novamente. Sempre na malandragem, ele começa o filme participando de um roubo de banco – que é literal, já que a gangue dos marinheiros renegados de Jack está literalmente levando o prédio todinho da instituição embora por meio de correntes.
Com essa sequência de impacto, começa a nova aventura, sob a direção da dupla norueguesa Joachim Ronning e Espen Sandberg – diretores de “Expedição Kon Tiki”, indicado ao Oscar de filme estrangeiro 2012. Como fizeram naquele filme, os cineastas são capazes de entregar um filme repleto de sequências eletrizantes no mar, ainda mais contando com efeitos visuais para dar conta das mais loucas fantasias – com o barco fantasma de Salazar abrindo um enorme bocão, como se fosse um tubarão, para “devorar” outros barcos e inúmeras perseguições e fugas de Sparrow. Um dos melhores usos dos efeitos está numa sequência que mostra a abertura do mar em duas partes.
Para temperar a perseguição, o roteiro cria incidentes de montão, com Sparrow perdendo sua bússola, o garoto Henry Turner querendo salvar o pai, Will, da maldição do navio fantasma Holandês Voador, e a garota Carina lutando para não ser executada como feiticeira quando ela nada mais é do que uma cientista amadora, conhecedora das estrelas. O conhecimento de astronomia da mocinha vai ser essencial a uma parte da missão neste filme, que consiste de apoderar-se do tridente de Poseidon para fazer frente aos projetos sombrios de Salazar.
Quem faz uma ponta de luxo é Paul McCartney, numa sequência de prisão, no papel de um tio de Sparrow. Bem-maquiado, o ex-Beatle pode até não ser reconhecido, por isso, é bom ficar de olho nessa divertida participação.
Outra dica é ficar até o finzinho da exibição dos créditos finais – há uma cena extra que aponta para uma pista de uma provável nova sequência. Vamos ver até onde vai o fôlego dos piratas.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
Nenhum comentário:
Postar um comentário