Desde a semana passada, o município de Caarapó vive um clima de tensão devido ao conflito fundiário envolvendo índios da Aldeia Te’ikue e donos de 13 propriedades rurais. O embate é em decorrência da publicação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I. O documento aponta uma área de 55.590 hectares como tradicionalmente ocupada pelo povo Guarani Kaiowá.
Na manhã desta segunda-feira (20/6), deputados estaduais estão reunidos no Sindicato Rural de Caarapó para ouvir as partes envolvidas.
Os estudos antropológicos contratados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) identificaram quatro territórios tradicionais: Javorai Kue, Pindo Roky, Urukuty e Laguna Joha – onde vivem quase seis mil pessoas. A extensão compreende 30 mil hectares pertencentes à Caarapó, 10 mil hectares à Laguna Carapã e 16 mil hectares à Amambai.
Na reunião, estão os deputados Eduardo Rocha (PMDB), João Grandão (PT), Mara Caseiro (PSDB), que compõem a Comissão Permanente de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas. O 1º secretário da Assembleia Legislativa, Zé Teixeira (DEM), também participa da reunião.
Os produtores rurais, que possuem títulos dominiais expedidos pelo Governo Federal, quererem a anulação do relatório ou, nos casos de demarcações, a indenização da terra nua e das benfeitorias. Já os indígenas deram um prazo de dois meses para o reconhecimento definitivo da terra por parte da União.
Confronto
Na última terça-feira, durante um confronto em Caarapó, o índio Clodiode Aquileu Rodrigues morreu e outras oito pessoas ficaram feridas. Policiais militares foram feitos reféns e as armas roubadas pelos indígenas. Tratores e máquinas foram queimadas e alguns proprietários estão desalojados.
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