Um dos precursores e legítimo representante da música de fronteira. É assim que é conhecido o músico sul-mato-grossense Benites, que será um dos homenageados da oitava edição do Festival América do Sul (FAS), em Corumbá. O cantor fará um show especial às 20h, no Palco das Américas, na noite de quarta-feira (27).
“Entre tantos artistas você ser reconhecido e homenageado é majestoso. Sinto-me um príncipe por ser lembrado num evento tão importante como é o Festival”, comemora Benites.
As pessoas que gostam do ritmo regional poderão prestigiar a tradicional performance do músico logo após a cerimônia de abertura do FAS, que terá queima de fogos seguida de uma homenagem a artistas.
De acordo com o cantor, o show no Palco das Américas terá um repertório com boleros, tangos, polca, dentre outros estilos. Na coletânea haverá grandes sucessos como o bolero “Besame mucho”; os tangos “Mi Buenos Aires Querido”, “Caminito”; as guarânias “Meu primeiro amor” e “Recuerdos de Ypacaraí”. Além de canções imortalizadas como “Mercedita”, “Galopeira” e “Guantanamera”.
Benites diz que cada apresentação é única, e que a preferência do público direciona o ritmo do show. “Cada palco é uma inspiração, o artista sente o ritmo da plateia, é isso que proporciona a magia em nosso trabalho”, garante o músico.
Para o próximo ano, ele conta que está preparando um novo trabalho, um CD de boleros, com a ajuda de um dos artistas que mais entendem do intercâmbio entre música sertaneja e latina, Vicente Castilho. Castilho toca harpa e acordeom e faz parte da banda da dupla Chitãozinho & Xororó.
A princípio o disco teria 16 músicas, porém em conversa com um de seus amigos, ele mudou a proposta. “Falei com meu amigo e grande músico Sérgio Reis e contei a ele sobre minha intenção de produzir um disco com 16 faixas, mas ele me aconselhou a mudar e fazer apenas 14, por ser o ideal para o perfil proposto”, conta Benites.
A homenagem oferecida anualmente pelo Festival para personalidades como o cantor é uma forma de expressar a importância dos artistas que ganharam notoriedade e respeito com próprios trabalhos, no cenário cultural de Mato Grosso do Sul e do País.
Carreira - Dupla de sucesso
Nascido em Itaquiraí, filho de pai brasileiro e mãe paraguaia, Benites teve contato com a música ainda menino e aos 14 anos de idade já era saxofonista. Na fase adulta integrou diversos grupos que tinham no repertório ritmos fronteiriços como chamamé, polca, rasqueado e guarânia.
Em 1964 Benites conheceu Jandira em Campo Grande na boate Caravelle. Do encontro dos dois nasceu a dupla “Jandira e Benites”, uma das responsáveis pela divulgação da música fronteiriça no País. Na época, a boate que era de propriedade da cantora, se transformou em um tipo de centro cultural, recheado de canções regionais e dança latino-americana, atraindo olhares de turistas e consequentemente movimentando a Capital.
Jandira e Benites se apresentavam em diversas churrascarias campo-grandenses e ficaram famosos por isso. Naquele período a dupla inaugurou um modelo diferente de apresentação, pois não existiam equipamentos de som e eles tinham de cantar de mesa em mesa.
A dupla compunha em português e espanhol e visitou durante a carreira os estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, além de países da Bacia Platina. Hoje Benites segue carreira solo. Jandira faleceu em 1994, em decorrência de um câncer.
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