O trade turístico de Mato Grosso do Sul está entusiasmado com o projeto do Aquário do Pantanal, e acredita no empreendimento como um atrativo capaz de transformar Campo Grande em um destino muito procurado por visitantes. Representantes dos diversos segmentos do setor que participaram hoje de uma apresentação do projeto, na Governadoria, chegaram a apontar o novo atrativo como um elemento que vai gerar para a Capital mais benefícios do que se a cidade tivesse sido escolhida uma das sedes da Copa de 2014.
A presidente da regional MS da Associação Brasileira de Indústria de Hoteis (ABIH/MS), Cristina Busse, não tem dúvida que a opção turística diferenciada vai fazer com que muitos visitantes que vêm somente a negócios se fixem na Capital, em vez de partirem direto para o Pantanal no momento de lazer.
Previsto para estar pronto em aproximadamente dois anos e meio, a instalação do aquário, que tem oficialmente o nome de Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna, marca “um momento muito importante para o turismo”, na avaliação do presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav/MS), Ney Gonçalves. “Vamos ter um argumento muito forte para trazer o turista e deixá-lo em Campo Grande”, disse Gonçalves, durante reunião de apresentação do projeto, feita por representantes do governo, o arquiteto Ruy Ohtake, a vice-governadora Simone Tebet e profissionais ligados a pesquisa e meio ambiente.
Simone Tebet destacou que um dos grandes objetivos do governo com o Aquário é criar um mecanismo de desenvolvimento em cadeia: fomentando o turismo com foco na sustentabilidade, trazendo com isso o desenvolvimento econômico e o conseqüente desenvolvimento social. O projeto, ela frisou, não está acabado, por isso o encontro também serviu para coletar sugestões dos especialistas de turismo, acadêmicos, pesquisadores. “Essa proposta começou pequena, mas ganhou dimensão até internacional. E queremos projetar Mato Grosso do Sul para o mundo, com o objetivo de se discutir a preservação da vida humana, a preservação do meio ambiente”, disse a vice-governadora. Assim como o trade, a perspectiva do governo do Estado é de geração de inúmeras oportunidades de serviços e de empregos, com o funcionamento do aquário. “Os empregos diretos são insignificantes diante de milhares de postos de trabalho que esse empreendimento vai gerar indiretamente”, disse Simone Tebet.
Quem atua diretamente com o mercado do turismo aponta exemplos em outras partes do mundo como razão para o otimismo. Segundo Marco Antonio Lemos, da Associação de Convention & Visitors Bureau, o Projeto Eden, na Grã-Bretanha, com foco semelhante ao do Aquário do Pantanal, é hoje um dos atrativos que mais recebem visitantes. “Locais que abordam o meio ambiente, a natureza, têm grande visitação”, entusiasma-se ele, que aponta o projeto como um atrativo de longo prazo, dinâmico e permanente, capaz de trazer para Campo Grande muito mais resultados do que a Capital poderia ter sendo uma sede da Copa de 2014. “Supera em benefícios. Com a Copa teríamos alguns problemas em termos de investimento. Além disso, o Aquário não traz vantagens só por 30 dias, é por longo prazo”, avalia o empresário, ressaltando que, mesmo sem sediar, a Capital acabará se tornando destino do público da Copa do Mundo.
Outro empreendimento comparativo citado pelo trade turístico é o Museu de Bilbao, na Espanha, que mudou a característica da cidade, transformando o local efetivamente em um destino de visitação. A Associação dos Guias de Turismo do Estado também se manifestou entusiasmada com o atrativo em que vai se transformar o aquário. “Nós, que estamos na linha de frente, que recebemos os turistas, estamos vibrando”, afirmou a representante da entidade.
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