A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), inaugura inaugura(22), às 15h, a exposição “Cerâmica Terena”, na Casa do Artesão de Campo Grande. O evento integra o projeto “Exposições Temporárias 2010” da instituição cultural e permanece até o dia 18 de outubro.
As técnicas de fabricação das peças cerâmicas Terena são ensinadas pelas mulheres mais velhas às mais jovens. É uma atividade que estimula e reforça os laços de solidariedade familiar.
A argila é retirada das margens de pequenos córregos, com as mãos ou com pás, transportada para a aldeia em latas, bacias, sacos plásticos carregados na cabeça, carriolas ou ocasionalmente algum veículo (carroça, bicicleta, moto, trator).
Essas fontes de matérias primas estão situadas a distâncias variáveis em torno de 3 km. Em geral, a coleta é feita em grupo onde participam além das mulheres, alguns filhos. A qualidade do barro é dada pela aparência e através do tato.
Quando as mulheres têm um tempo livre nos seus afazeres domésticos elas socam no pilão, ou amassam com um pedaço de ferro sobre uma pedra, cacos de cerâmica até se transformarem em um pó fino que é peneirado e misturado aos poucos a argila, para diminuir a plasticidade do barro.
O princípio de uma peça, na maioria das vezes é uma base redonda onde são colocados roletes da argila preparada, superpostos um a um e unidos por compressão das pontas dos dedos, tanto de dentro para fora, quanto no sentido inverso até atingir a forma da peça desejada, durante esse trabalho, as mãos são permanentemente umedecidas.
Em seguida a superfície da peça é alisada com uma espátula de madeira ou a concha de uma colher e levada a secar em um lugar arejado e à sombra, em geral de um dia para o outro. São polidas com os seixos, expostas por algum tempo ao ar e sol e por último são enfeitadas com delicados desenhos com linhas, pontos, flores, espirais, e outros motivos que identificam as ceramistas Terena.
A cerâmica Terena mantém ainda, nos dias de hoje, seu caráter utilitário, o que exige um processo de queima das peças bastante cuidadoso na medida em que a qualidade do produto depende em grande parte desta etapa da fabricação. Em geral, na casa das ceramistas há um buraco no chão do quintal onde são queimadas as cerâmicas.
São usadas cascas e lenha de determinadas espécies vegetais que garantes uma boa combustão e são colocadas embaixo e sobre as peças formando uma fogueira em forma de cone.
A Casa do Artesão, unidade da FCMS, fica aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 18 horas e aos sábados das 8h às 12h, na rua Calógeras, 2050, centro. Mais informações na Gerência de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da FCMS, nos telefones 3316-9107 ou 3316-9152, ou na Casa do Artesão de Campo Grande no telefone 3383-2633.
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