Campo Grande (MS) – Os espaços "apertados" que uma família de classe média baixa divide em casa de conjunto habitacional compõem o cenário e universo da comédia "socorro, minha casa é uma comédia", que o Grupo Palco estréia nesta quinta-feira (14), no projeto Cena Som do Centro Cultural José Octávio Guizzo. Com apoio da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul (FCMS) e inserido na programação do II Festival Nacional de Teatro de Campo Grande (II Festcamp), a peça campo-grandense, com classificação de público acima dos 14 anos, será apresentada no teatro Aracy Balabanian, as 20h30, com entrada gratuita. O teatro está localizado a rua 26 de Agosto, 453, Centro.
Definido pelo próprio autor, diretor e ator, Espedito Montebranco, como uma "comédia popular brasileira", o espetáculo pretende mostrar ao público as contradições, medos, brigas, amores e manias de mãe brasileira e sua família, e as influências da mídia, temperando estes relacionamentos, mas, tudo, com "muito bom humor".
"Discutimos com bom humor vários temas, dentre eles, a influência da televisão na vida das pessoas, o medo, violência urbana, convívio social, preconceito, machismo, homossexualismo e religião", revela Montebranco.
Na peça, os atores Camilah Brito, Espedito Montebranco, Jurema de Castro e Rodrigo Copat, vivem os personagens "Dona Genésia" (aposentada), " Socorro" (dona da casa), "Gervásio" (marido gaúcho de Socorro) e os filhos "Luiz", "Lúcio Mauro" (adotivo) e um morador estranho "mosquito da dengue", tentam conviver dentro de uma casa de conjunto habitacional num bairro simples de periferia.
Montebranco revela que a personagem tema da peça, Socorro, é uma típica dona de casa frustrada por não ter alcançado seus maiores sonhos: o amor sublime e uma clamorosa e consagrada vida de atriz de televisão. Ao lado do pouco estudo e raras expectativas, projeta, agora, seus sonhos como o "melhor" para a vida dos filhos. O marido, comprometido com o Bar da esquina e a mãe, alienada o dia todo na frente da televisão, Socorro não tem com quem dividir suas esperanças.
"Esta peça é um grande laboratório para nós, criamos uma comedia popular, com diálogos de uma família simples, com muito bom humor", confirma o autor, lembrando que a operação de sonoplastia e luz ficará a cargo de Bruno Moser.
Debate - Inserido na programação do Festival, no encerramento da peça, Djalma Thurler do Rio de Janeiro, e Débora Finnochiaro, (dramaturga de Santa Catarina), abriram ao público um debate sobre as técnicas empregas na peça. Montebranco revela que será uma verdadeira "dissecação artística", explorando todos os demais aspectos da peça.
"O Festcamp abre espaços para debates e oficinas, comprovando que a cada ano vem agregando forças e ganhando em tamanho e qualidade", conclui Montebranco.
Grupo Palco – Comemorando 13 anos de criação neste ano, os atores trazem na bagagem premiações em diversos festivais regionais, nacionais e participação internacional, além de acumular a soma de 38 prêmios. Criado em 1992 e coordenado desde 1995 por Espedito Di Montebranco, o grupo tem como característica principal a pesquisa de linguagens, tendo como base à preferência por encenar textos de autores regionais, valorizando com isso a arte e o artista local.
Dentre tantos trabalhos encenados, o Grupo destaca: "Equilíbrio", "O Paridor de Poemas e o Espelho das Águas", "Pobre Diabo Louco e Seu Discurso Para Moscas", "Temos Vagas Para Sonhadores" e "Madalena - a menina que morava na parede".
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