sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Coqueluche em alta: saiba quais vacinas previnem essa doença

 

As vacinas pentavalente, DTP e DTPA fazem parte do calendário nacional de imunização e estão disponíveis pelo SUS para bebês, crianças e gestantes

A coqueluche, ou tosse seca, tem registrado um aumento significativo de casos globalmente, o que tem gerado preocupação entre as autoridades de saúde. No Brasil, já foram confirmados mais de 500 casos, levando o Ministério da Saúde a intensificar a vacinação como forma de combate à doença.


Em Mato Grosso do Sul, o primeiro caso foi registrado no município de Coxim, onde uma menina de apenas 1 ano foi diagnosticada com coqueluche. Em resposta, as Secretarias Regionais de Saúde destacam que as vacinas contra a coqueluche estão disponíveis nas unidades básicas de saúde para gestantes e crianças de 0 a 12 meses.


De acordo com a Secretaria de Saúde de Campo Grande, "a vacina Pentavalente é recomendada para a prevenção de cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche (pertussis), hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b. No calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunização (PNI), a vacina é administrada em três doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade."


Os sintomas da coqueluche incluem uma tosse seca e persistente, frequentemente acompanhada de chiado, que pode ocorrer em crises e durar até seis semanas. A vacinação é a principal forma de prevenção, mas a cobertura vacinal atual está abaixo da meta estabelecida, que é de 95% de cobertura.



Confira os índices de vacinação atuais (de janeiro a agosto de 2024) da Pentavalente e Dtpa:


Crianças menores de 1 ano (Pentavalente): 82,37%

Crianças de 1 ano (Reforço DTP): 83,43%

Adultos (DTPA): 54,44%

Em 2023, a vacinação em Campo Grande também ficou abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, com 90,73% de cobertura para crianças menores de 1 ano e 83,24% para adultos.


Casos

Em 2024, Campo Grande notificou 11 casos suspeitos de coqueluche, todos descartados após exames laboratoriais. Os últimos registros confirmados na capital ocorreram em 2020, e o mais recente óbito por coqueluche em Campo Grande data de 2014, totalizando 76 casos e 1 morte pela doença.


Em todo o Brasil, foram confirmados 517 casos de coqueluche até agora em 2024, conforme dados do Ministério da Saúde. A maioria dos casos está concentrada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.


Em Mato Grosso do Sul, o primeiro caso deste ano foi registrado em Coxim. A vítima é uma menina de 1 ano, diagnosticada em 23 de agosto. A Secretaria Municipal de Saúde (SES) informou que a criança já recebeu alta e seu estado de saúde é estável.


Quem deve ser vacinado

A vacina Pentavalente é recomendada para crianças e protege também contra difteria e tétano. As doses devem ser administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, seguidas de reforço aos 15 meses e aos 4 anos, com a vacina DTP.


Para gestantes, a vacina DTPA está disponível a partir da 20ª semana de gestação. 


Tratamento 

O tratamento da coqueluche visa eliminar a bactéria causadora da doença e prevenir possíveis complicações. O médico pode prescrever antibióticos como Azitromicina, Claritromicina ou Eritromicina, sendo este último geralmente reservado para casos em que os outros antibióticos não são eficazes.


A escolha do antibiótico depende dos sintomas apresentados e das características do medicamento, como risco de interações e efeitos colaterais potenciais. É importante notar que os antibióticos são mais eficazes na fase inicial da coqueluche. Mesmo assim, seu uso é recomendado para erradicar as bactérias das secreções e reduzir o risco de transmissão.


Em crianças, o tratamento pode exigir internação hospitalar, pois as crises de tosse intensas podem levar a complicações graves, como o rompimento de pequenas veias e artérias cerebrais, resultando em danos ao cérebro.


Ministério da Saúde amplia público-alvo

Devido ao aumento dos casos, o Ministério da Saúde ampliou o público-alvo da vacinação contra a coqueluche em regiões endêmicas. A vacinação agora inclui profissionais de saúde, trabalhadores de creches e escolas, e pessoas que convivem com lactentes.


No entanto, a Secretaria de Saúde de Campo Grande (Sesau) ressalta que, por enquanto, a vacinação está direcionada apenas para crianças e gestantes, aguardando novas diretrizes do Ministério da Saúde.


“Profissionais da educação, servidores do sistema penal e apenados não estão incluídos nos critérios atuais. A SESAU está preparada para aderir a novas campanhas de vacinação conforme orientações futuras do Ministério da Saúde”, informou a Secretaria.

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