quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Instituto Homem Pantaneiro passa a operar 100% com sistema sustentável

 

MARCOS PIERRY

Sai o óleo diesel, entram as placas solares. Em parceria com a iniciativa privada, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) substituiu todo o sistema de captação e bombeamento de água em três reservas da Serra do Amolar e no Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, que passa a operar com a força gerada por placas solares.


Até então, o sistema funcionava à base de combustíveis (energia não renovável).


As três reservas sob os cuidados do IHP na região do Amolar, que passam a contar com a tecnologia da chamada energia limpa, são as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) Acurizal, Engenheiro Eliezer Batista e Sítio Serra Negra.


A partir do funcionamento das placas solares nas três áreas e no Parque do Pantanal, bombas e geradores não dependem mais de combustíveis fósseis, como o petróleo, para funcionar, restando apenas, portanto, a atualização do sistema na etapa de distribuição de água.



BENEFÍCIOS

Além de não ser poluente, a energia gerada pelas placas solares instaladas é renovável, limpa e silenciosa. A novidade não só contribui para a conservação do Pantanal, mas também vai proporcionar uma economia anual de pelo menos R$ 50 mil, somente na demanda energética do Parque, que é gerido pelo ICMBio. O valor era usado para aquisição de combustível.


“Falamos muito sobre a necessidade de conservação do Pantanal. E, para nós, era muito importante que fizéssemos o dever dentro da nossa própria casa também”, afirma o presidente do IHP, Angelo Rabelo, que destaca a parceria com o setor privado – Agromamoré, Companhia Eletromecânica e Gerenciamento de Dados (Ceneged) e Energisa – como uma “contribuição fundamental”.


A instalação das placas solares, além do meio ambiente, vai beneficiar os funcionários do IHP que moram nas áreas e também todos os visitantes que frequentam as bases do instituto na região, como pesquisadores e turistas que chegam por meio do programa Amolar Experience.


A iniciativa também será fundamental para o reflorestamento das áreas atingidas pelos incêndios de 2020. A água bombeada tem sido utilizada no viveiro de mudas instalado na Serra do Amolar. O viveiro produz as mudas que serão plantadas para recuperação da vegetação local.


PEDAGOGIA

“O projeto de levar energia solar para o Pantanal nos aproximou de regiões localizadas nas áreas mais remotas”, diz o diretor-presidente da Energisa em Mato Grosso do Sul, Marcelo Vinhaes. 


O executivo destaca, ainda, um aspecto pedagógico da parceria.


“Nossa presença não só tem gerado oportunidades, com a aplicação de fontes renováveis, mas, principalmente, tem ensinado sobre as necessidades das pessoas que vivem e cuidam do bioma”, afirma.


“O Ilumina Pantanal gerou transformação e revolução na vida de indígenas, ribeirinhos, colonos e produtores rurais atendidos pelo programa. A parceria da concessionária com o IHP tornou possível a utilização da energia limpa em um processo de conservação ambiental e geração de renda, ação que está diretamente ligada a um dos principais eixos de negócio da companhia, que é o desenvolvimento sustentável”, conclui Vinhaes.


AMOLAR EXPERIENCE

Após dois anos de alinhamento e formatação de estratégias e produtos, o IHP e a Pure Brasil anunciaram uma parceria voltada para o turismo na região da Serra do Amolar, uma das mais preservadas do Pantanal. A Pure Brasil passa a ser responsável pela comercialização do programa Amolar Experience.


Segundo Angelo Rabelo, o programa Amolar Experience foi desenvolvido com o intuito de fomentar o turismo sustentável na região, “respeitando não só a natureza, mas também o povo pantaneiro que guarda esse tesouro do Alto Pantanal”.


O presidente do IHP diz que o instituto já está há muitos anos presente na região, por meio da Rede Amolar, com um grande conhecimento do local. 


“Sabendo da potencialidade do Pantanal, criamos o Amolar Experience, voltado para o turismo de experiência. Acreditamos que esta é uma forma de garantir a conservação da natureza, por manter as bases econômica, social e ambiental fortalecidas”, explica Rabelo.


Para Douglas Simões, fundador da Pure Brasil, a parceria é importante, principalmente do ponto de vista do desenvolvimento sustentável e da preservação.


“As áreas preservadas têm uma necessidade de serem rentabilizadas, pois uma vez rentabilizadas é muito mais fácil conseguir manter essa preservação. Acaba sendo uma atividade econômica”, detalha Simões.


“As áreas administradas e adjacentes às do IHP despertam interesse muito grande enquanto produto de turismo. Nossa intenção é continuar criando alternativas de desenvolvimento econômico para áreas importantes para a preservação da biodiversidade”, completa. 


O Amolar Experience permite experiências únicas na Serra do Amolar e em áreas de entorno. A região, considerada corredor de biodiversidade, é o elo de ligação entre os estados pantaneiros de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, alinhando-se também ao chaco boliviano.


Todo o recurso do programa é revertido para as ações do IHP em prol da conservação do bioma

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