Correio do Estado Foto;Reprodução/Facebook
Leonid nasceu na Capital, mas morava no Mato Grosso, onde foi preso
Preso na quinta-feira (21) durante ação antiterror da Polícia Federal, o campo-grandense Leonid El Kadri, de 32 anos, se converteu ao islamismo enquanto permaneceu preso pelo crime de homicídio, no Mato Grosso. Leonid e outros 10 detidos por planejar ataques terroristas durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro estão no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande desde ontem.
A advogada Zeina El Kadre, de 35 anos, é irmã de Leonid e disse ao Portal Correio do Estado que toda a família está abalada com a prisão. Ela conta que os pais são funcionários públicos e tiveram quatro filhos, a mais velha morreu. Todos nasceram em Campo Grande, mas a família se mudou quando os irmãos ainda eram pequenos para o interior do Mato Grosso e depois para Tocantins.
Leonid voltou para o Mato Grosso quando o avô adoeceu e nessa época acabou se relacionando com uma mulher e teve um filho. Atualmente ele trabalhava como mecânico na cidade de Campos de Júlio (MT) e, segundo a irmã, se preparava para voltar para Tocantins.
Sobre a relação de Leonid com o islamismo, Zeina conta que o irmão se converteu a religião enquanto estava preso por homicídio e roubo qualificado. Os crimes foram cometidos quando ele tinha 18 anos e ainda morava no Tocantins. Ele fugiu da prisão em uma saída temporária, foi recapturado e atualmente estava em liberdade condicional.
“Ele foi condenado por homicídio, mas jura até hoje para gente que não cometeu. Envolveu sim com pessoas erradas e assalto, mas não com homicídio. O processo dele é todo falho e, inclusive, estou estudando para fazer uma revisão no processo dele. Eu me formei em Direito e pretendo revisar todo o processo dele que tem muito erro e falha”, dispara a irmã.
Ainda segundo Zeina, a família não tinha detalhes sobre a proximidade do mecânico com o islamismo. “Realmente ele se tornou muçulmano enquanto esteve preso, não sei como. Foi amparado pelos muçulmanos”.
A irmã revela, ainda, que a família considera a prisão uma retaliação. “Fomos pegos de surpresa e está sendo muito difícil lidar com tudo isso. Para a gente é uma tragédia o que está acontecendo”, completa.
OPERAÇÃO
Mensagens de apoio aos últimos atentados do Estado Islâmico e tentativa de compra de armas entre brasileiros foram interceptadas, em redes sociais como Telegram e WhatsApp, pela Divisão de Antiterrorismo da Polícia Federal. O procedimento foi autorizado pela Justiça com base na Lei Antiterrorismo sancionada, em março, pela presidente afastada Dilma Rousseff.
Segundo o Ministério da Justiça, alguns dos investigados na operação chegaram a fazer juramento virtual ao grupo terrorista, mas não tiveram contato com membros do Estado Islâmico. As autoridades brasileiras classificam o grupo como “célula absolutamente amadora”.
Na quinta-feira, 10 suspeitos foram presos pela PF em 10 estados do país. Ontem, o 11º suspeito foi pego. Todos estão no presídio federal de Campo Grande.
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