Menos de duas semanas depois de declarar que a presidente Dilma Rousseff não resistiria a mais três anos e meio no governo com a popularidade tão baixa, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmou nesta Segunda-feira que a petista está "se recuperando" e que certamente terminará o mandato. A declaração foi feita no Brasil World Food Moscou, na Rússia, uma feira especializada em produtos alimentícios.
Questionado sobre o pacote de cortes orçamentários que deve ser anunciado nesta segunda-feira e sobre se a austeridade seria suficiente para dar ao governo uma última chance, o vice-presidente respondeu: "É uma oportunidade. Foi pregado intensamente no sentido que se faça os cortes. Mas os cortes não estão definidos ainda", ponderou. "Se houver (cortes), acho que é um bom passo e um atendimento a vários setores que pleiteiam essa medida"
Sobre as propostas de aumento da carga tributária para ampliar as receitas e garantir o superávit de 0,7% em 2016, Temer se recusou a falar. Na semana passada, a hipótese de mais impostos, evocada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em visita a Paris, havia sido reprovada por ele. "Sobre isso eu vou falar no Brasil", desconversou.
O peemedebista disse, ainda, que não foi questionado pelas autoridades russas com as quais se encontrou sobre a instabilidade política no Brasil. Temer e ministros fazem visita a Moscou, onde o vice-presidente teve um encontro com Sergei Naryshkin, presidente da Câmara de Deputados da Rússia, a Duma. Na próxima quarta-feira, ele representará o país na 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível (CAN) de Brasil e Rússia, quando terá encontro com o primeiro-ministro e ex-presidente russo Dmitri Medvedev.
(Com Estadão Conteúdo)
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