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Christiane F., que já teve 13 anos e foi "drogada e prostituída", como narrou na sua autobiografia de 1978, chegou aos 51 e resolveu contar o que andou fazendo nesse tempo.
Para tal, escreveu outro livro e participou de debate na Feira do Livro de Frankfurt. Centenas de pessoas se amontoaram para ouvir a ex-adolescente Christiane Felscherinow. Segundo livro "Christiane F. - Mein Zweites Leben" (Christiane F. - Minha Segunda Vida), lançado esta semana na Alemanha e na França, os anos posteriores à publicação de seu relato de juventude não foram fáceis.
"Nao há vida fácil para uma junkie", disse ela. Foi uma de suas poucas frases no evento, dominado pela discussão de políticas de apoio a viciados na Alemanha.
Daniel Roland/AFP | ||
Christiane Felscherinow, também conhecida como Christiane F., durante a Feira de Frankfurt |
Christiane hoje tem hepatite C. Ela diz no livro que não conseguiu se afastar totalmente das drogas. "Há 20 anos me trato com metadona, mas tenho eventuais recaídas."
Ela debateu com um jornalista alemão, dois especialistas em política antidrogas e a jornalista Sonja Vukovic.
Foi esta quem persuadiu Christiane a contar sua vida uma vez mais. "Passei um ano e meio tentando convencê-la", diz à Folha Vukovic, co-autora. O livro será lançado no Brasil pela Bertrand, no primeiro semestre de 2014.
F. conta na nova biografia que, após o sucesso do primeiro livro, lançado em mais de 30 países e com 5 milhões de exemplares vendidos só na Alemanha, ela até chegou a voltar para a escola e ficar "limpa". Durou pouco. Evitou a heroína por um tempo, mas viciou-se em cocaína.
Segundo Patrice Hoffmann, diretor da editora francesa Flammarion, o novo livro esgotou na primeira semana. "Na Alemanha, a editora começou com 30 mil; antes de chegar às lojas já imprimiu outros 100 mil."
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