Henry ama Clare. E Clare também ama Henry. Eles vivem se desencontrando. Não é que não costumem ir aos mesmos lugares. O problema é que suas vidas não seguem o mesmo curso do tempo. Apesar desse problema quase intransponível, a dupla consegue namorar, casar, ter uma filha e viver felizes para sempre, até que a morte - ou o tempo - os separe. Essa é a premissa de Te Amarei Para Sempre, um romance de ficção científica que estreia em todo o Brasil.
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Dirigido por Robert Schwentke (Plano de Voo), Te Amarei Para Sempre foi escrito por Bruce Joel Rubin (Ghost - Do Outro Lado da Vida), baseado no romance da norte-americana Audrey Niffenegger, A Mulher do Viajante no Tempo - este, aliás, um título mais criativo do que esse genérico inventado pela distribuidora brasileira.
O título original explica por si mesmo o foco da história. Clare (Rachel McAdams, de Intrigas de Estado) conhece Henry (Eric Bana, de Munique), que sofre de uma estranha anomalia que o faz viajar involuntariamente no tempo, sem que ele tenha qualquer controle sobre o fenômeno.
No que parece o primeiro contato do casal, o rapaz estranha que ela já o conheça. Ele já é um "experiente" viajante no tempo de 28 anos, e ela uma estudante de 20, apaixonada por ele, que entra e sai de sua vida desde quando ela tinha apenas 6 anos de idade. Com o passar das idas e vindas do personagem, o casal tenta construir um relacionamento, sempre interrompido pelo problema dele, que raramente consegue manter-se no mesmo lugar.
O romance de Audrey Niffenegger é narrado pelos dois personagens acompanhando os pulos no tempo de Henry e as esperas de Clare por sua volta. Essa diferença de tons narrativos não apenas aproxima o leitor dos personagens e seus dramas como deixa claro as alegrias e problemas que cada um dos dois encontra nesse relacionamento complicado. Assim, muitas situações são narradas duas vezes, por diferentes pontos de vista.
Em Te Amarei Para Sempre, no entanto, o diretor Schwentke nunca toma partido. A trama corre de um lado para outro sem muito foco ou apelo emocional. Nas páginas de um livro não é tão estranho ver um desconhecido nu se escondendo atrás de um arbusto conversando com uma garota de 6 anos - especialmente porque temos dois comentários (o de Henry e o de Clare) sobre isso. Já na tela, tal cena chega a ser a assustadora.
Como A Casa do Lago, por exemplo, Te Amarei Para Sempre lida com as possibilidades, encontros e desencontros do amor na vida das pessoas.
Diferente daquele outro filme, que também lida com um casal (Sandra Bullock e Keanu Reeves) separado no tempo, aqui as situações e os personagens nunca são satisfatórios, nunca despertam suficientemente nossa compaixão para torcermos pelo final feliz. No fim, tanto faz se Clare e Henry estão juntos no mesmo tempo e espaço, ou não - afinal, juntos, eles parecem ter muito pouco a oferecer um ao outro, ou mesmo ao público.
Reuters
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