Da conversa entre amigos, em meio ao jogo de sinuca (ou seria
futebol?), surgiu o projeto Tripé, aproveitando-se uma idéia simples,
mas engenhosa: reunir três gerações de artistas com influências
comuns, do bom velho rock-and-roll, passando pelo onipresente pop, a
uma relação visceral com ritmos ternários e fronteiriços,
característicos da Bacia do Prata.
Além de original, a proposta tem seu lado bem humorado, brincando com
o fato de serem 4, e não 3, as "pernas" do Tripé. "Somos primos dos
Três Mosqueteiros", costumam responder, quando confrontados com a
aparente contradição, Paulo Simões, Jerry Espíndola, Guga Borba e
Guilherme Cruz, os dois últimos mais conhecidos pelo codinome Filho
dos Livres. Na base do um-por-todos-todos por-um, aceitam
resignadamente a condição de "principais suspeitos de sempre",
envolvidos na conspiração, agora em fase escancarada, para fundir
ritmos, levadas e boas canções, "venham de onde vierem, mas pagando
pedágio ao nosso vício pelo compasso 3x4, entregam, com um sólido
curriculum a garantir competência na elaboração da fórmula, e sua
concretização no palco. No melhor estilo "tri-pé na estrada", "TriPÉ
na estrada", e motivados pela recepção calorosa das platéias, como no
recente Festival de Inverno de Bonito, conseguiram conciliar
movimentadas agendas individuais para mais um show:
e na próxima (11/09), a partir das 20:30, após o show
do violeiro Ivan Vilela, na quarta edição do Festival Prelúdios da
Primavera, agora ampliado para a condição de Mostra Sul-Americana de
Música, no Teatro Municipal de Dourados.
A bem-sucedida opção pelo formato acústico-radical, explorando ao
máximo timbres e sonoridades de instrumentos como a viola de 10
cordas, e violões de 6 e 12 cordas, vem somar-se ao acerto na escolha
do repertório. Onde brilham, ao lado de sucessos próprios, sempre
reciclados em arranjos diferentes dos originais, trabalhos pouco (ou
muito) conhecidos das grifes Roca (Geraldo) e Espíndola (Geraldo,
Celito e Alzira, por enquanto).
De cuja geração Paulo Simões faz parte, sendo conhecido nacionalmente,
via gravações de sua obra por artistas do calibre de Renato Teixeira,
Sergio Reis, Maria Bethânia e Sandy & Junior, entre outros. Sem
mencionar o parceiro Almir Sater, com quem assina três (olha o número
de novo, minha gente) de momentos destacados do show, os sucessos
Comitiva Esperança, Mês de Maio e a recente 7 sinais.
Representando uma geração intermediária, além do prestigioso sobrenome
Espíndola , Jerry é um dos artistas mais atuantes do MS, desenvolvendo
intensa atividade como cantor, compositor e produtor, com vários
discos lançados, sendo Vértice o mais recente.
Finalmente, representando a geração mais nova deste tripé
artístico-musical, o duo Filho dos Livres, formado por Guga Borba e
Guilherme, hoje situados entre os artistas mais populares do Estado,
com agenda de shows lotada e ótima execução nas rádios do
recém-lançado CD, República dos Livres Pensamentos.
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