Os preços internacionais dos insumos de nutrição animal devem cair nesse ano de 2023, depois que o conflito na Ucrânia, políticas sanitárias cada vez mais rígidas e desafios da logística os impulsionaram. A afirmativa é de Cássio Giacon, gerente de desenvolvimento de negócios da MCassab Nutrição e Saúde Animal.
“Nutrientes essenciais da alimentação animal, como vitaminas e aminoácidos, estão no centro dessa gangorra. A boa notícia é que para as vitaminas, que participam com 3% a 10% dos custos de produção, o pior já passou: o segmento vive um período de redução dos preços no mundo. E a notícia boa não para por aí: a tendência é que este cenário seja prolongado pelo menos até o início de 2023”, informa o especialista.
Nesse cenário, se nada extraordinário ocorrer a demanda pode diminuir. “Analisando o mercado hoje, não vemos motivos para custos de microingredientes muito elevados no próximo ano. Se não ocorrer nenhum evento que mude o rumo do mercado, a demanda deve cair mundialmente tanto para aminoácidos quanto para vitaminas. Essa queda de preços está diretamente atrelada à baixa demanda global associada ao aumento das taxas de juros. Do outro lado, temos avicultores, suinocultores, produtores de leite e pecuaristas, que ainda sofrem com os custos de produção e buscam estratégias para manter a saúde financeira do seu negócio”, analisa Cássio.
“Também contribuem para esse cenário a redução dos fretes marítimos devido à queda global das operações, reflexo das dificuldades econômicas da Europa, Estados Unidos e China. Esse é um fator a mais para afetar o cenário em termos globais. Resumindo: todos os indicadores apontam para o acomodamento dos custos das matérias-primas”, justifica.
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