terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Sargento aposentado da PM é acusado de agredir e ameaçar crianças

 

G1


Duas mães registraram boletim de ocorrência na tarde desta segunda-feira, dia 04 de janeiro, contra um sargento aposentado da Polícia Militar, em Campo Grande, por ameaça, injúria e vias de fato contra uma criança de 8 anos e dois adolescentes, de 12 e 13 anos, em um bairro da capital de Mato Grosso do Sul na noite deste domingo (3).


De acordo com o relato, os amigos estavam brincando com uma vassoura que encontraram na rua, próximo de uma praça, quando foram abordadas pelo homem, de 56 anos. Ele teria mandado os jovens devolverem o objeto, além de ameaçá-los com uma arma de fogo e chamando-os de "vagabundos e trombadinhas".


Ainda segundo o boletim de ocorrência, os adolescentes e a criança foram agredidos e colocados no porta-malas do veículo do sargento aposentado, e levadas em direção a casa da avó de uma das vítimas. No local, o autor do crime desceu do carro e disse para a senhora que tomou a atitude para "mãe e pai darem educação".


De acordo com a mãe da vítima de 13 anos, uma vendedora de 36 anos que prefere não se identificar, vizinhos ligaram para ela contando sobre o caso e afirmando terem visto os jovens descendo do porta-malas do veículo do sargento da reserva. Ela conta que, quando encontrou os garotos, todos choravam muito.


"Foi um momento desesperador, eu fiquei muito nervosa. Nunca esperava uma atitude dessas de um senhor que se diz policial. Pra mim quem faz isso com crianças é um bandido", afirmou.


Após saber do acontecido relatado pelos jovens e por testemunhas, a mãe de outra vítima relatou ter ido até a casa do PM aposentado cobrar satisfações, mas ele disse ter sido apenas um "mal entendido". "Ele pediu desculpas para a mãe de um dos meninos e pediu para que ela não levasse o caso para a polícia. Mas como não querer justiça depois do que aconteceu?", indaga a vendedora.


Ela, a mãe da vítima de 12 anos e as três vítimas prestaram depoimento na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) de Campo Grande, onde o caso será investigado. "Meu filho diz que não quer mais ficar em Campo Grande, assustado depois do que aconteceu. Isso não pode passar impune", finaliza a mulher.


O que diz a PM


Em nota, a Polícia Militar afirmou que o suspeito do crime é 3º Sargento da Reserva Remunerada desde o ano de 2017, mas disse desconhecer o caso.


"Não chegou oficialmente ao conhecimento da Instituição, nem tão pouco foi localizado registro na Corregedoria da PMMS, até este horário, com essa narrativa. Nesse sentido, a Polícia Militar reforça a importância do registro do boletim de ocorrência, para que quaisquer atos possam ser investigados nas esferas comum e militar", finaliza a comunicação da PM de Campo Grande.

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