quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Estreia: O Grande Circo Místico





Um dos nomes fundamentais do Cinema Novo, Cacá Diegues voltou neste ano a Cannes, festival de que participou da competição três vezes, nos anos 1980 (com “Bye Bye Brasil”, “Quilombo” e “Um Trem Para as Estrelas”), desta vez fora da disputa de prêmios com seu drama musical “O Grande Circo Místico”. Coprodução com Portugal e França, o filme foi escolhido como representante brasileiro para concorrer a uma vaga no Oscar de filme estrangeiro.

O roteiro, do próprio Cacá e George Moura, expande um poema de Jorge de Lima, e acompanha várias gerações de uma família circense, a partir de 1910. Amparado nas belíssimas músicas de Chico Buarque de Holanda e Edu Lobo para o musical homônimo dos anos 1980, o filme ostenta visível ambição técnica e visual para materializar sonhos.

Uma das características mais evidentes deste registro em busca do fantástico é o personagem de Celavi (Jesuíta Barbosa), mestre de cerimônias do circo que acompanha as diversas gerações ao longo do tempo sem envelhecer – e é uma das presenças mais carismáticas da história, como alívio cômico inclusive. Nem tudo o mais funciona tão bem, especialmente o ritmo dramático e os estereótipos das personagens femininas.

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