quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Estreia: Dona Flor e Seus Dois Maridos





 É uma pergunta que não se deveria fazer, mas, ao fim de “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, se torna inevitável: era realmente preciso uma segunda versão cinematográfica do romance de Jorge Amado, já que a primeira, de 1976, com Sonia Braga e José Wilker, é um clássico? Talvez até fosse, mas não esta refilmagem sem expressão ou energia.

A história é a velha conhecida do público brasileiro: o malandro Vadinho (Marcelo Faria) morre, deixando viúva sua bela mulher (Juliana Paes). Solitária, ela acaba se casando com um farmacêutico metódico (Leandro Hassum), que é incapaz de a satisfazer. Por isso, ela chama pelo falecido, que acaba magicamente voltando a este mundo.

Dirigido por Pedro Vasconcellos, o filme é repleto de um virtuosismo tolo que não combina com seus tipos populares. Uma luz difusa ilumina todos os ambientes, fazendo parecer que a cidade de Salvador está coberta pelo fog londrino. Fora isso, a trilha sonora alterna “Gostoso demais” com “É o amor”, ambas na voz de Maria Bethânia. Com um filme assim, seria difícil que Vadinho se animasse realmente a uma volta do reino dos mortos.

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