quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Morre Odete Lara,musa do cinema novo


Veja

A atriz Odete Lara morreu nesta quarta-feira, aos 85 anos, no Rio de Janeiro, informou a emissora GloboNews. As causas da morte ainda não foram divulgadas. Odete, que também cantava, conquistou o título de musa do Cinema Novo nos anos 1960 e 70, quando esteve no centro da efervescência cultural do país, contracenando no set com nomes como Jece Valadão, com quem fez filmes como Boca de Ouro (1964) e Otto Lara Rezende ou... Bonitinha, Mas Ordinária (1963), e no palco com nomes como Vinicius de Moraes, Sérgio Mendes e Chico Buarque. No total, Odete participou de 32 filmes.

De beleza exuberante, Odete Lara encerrou a carreira cinematográfica em 1978, com o filme O Princípio do Prazer, de Luiz Carlos Lacerda, após se converter ao budismo e adotar uma vida reclusa no Rio de Janeiro. Depois de anos sem atuar, ela retornou em 1985 com Um Filme 100% Brasileiro, de José Sette. Nos anos 1990, faria mais um filme, Vai Trabalhar, Vagabundo II - A Volta (1991), de Hugo Carvana, e duas novelas, O Dono do Mundo (1991) e Pátria Minha (1994), seu último trabalho.

Odete Lara nasceu em 17 de abril de 1929, em São Paulo, sob o nome Odete Righi. Filha de imigrantes italianos, a atriz perdeu a mãe, Virgínia Righi, aos 6 anos, quando ela cometeu suicídio. Mesmo destino teve o pai, Giuseppe Bertoluzzi, que se matou quando a Odete tinha 18. A beleza exuberante de Odete a levou à carreira de modelo. Ela participou do primeiro desfile da história da moda brasileira, realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), e de comerciais de TV.

Sua estreia nas salas escuras foi na comédia O Gato de Madame (1956), protagonizada por Mazzaropi e dirigida por Abílio Pereira de Almeida. Depois, Odete passou pelas câmeras de importantes nomes do cinema nacional, como Anselmo Duarte, Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha. Com Rocha, a atriz estrelou Câncer (1972) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969). Porém, entre suas atuações mais aclamadas está Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri, no qual atua ao lado de Norma Bengell, outra musa da época.

Foi casada com o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho, o autor Euclydes Marinho e com o diretor Antonio Carlos Fontoura, com que fez os filmes A Rainha Diaba (1974) e Copacabana Me Engana (1968). Ela não teve filhos.

Sua carreira musical foi registrada no disco Vinicius e Odete, de 1963, e em Contrastes, de 1966.  Publicou a trilogia autobiográfica composta por Eu, Nua; Minha Jornada Interior e Meus Passos na Busca da Paz, que inspiraram o filme Lara, de Ana Maria Magalhães, de 2002, com Christine Fernandes no papel da atriz. 

Nenhum comentário: