quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cinemateca começa celebração de 100 anos de Mazzaropi

O diretor e comediante Amácio Mazzaropi (1912-1981) nasceu na cidade grande --a Barra Funda foi seu berço--, mas foi como caipira que seus filmes alcançaram mais de 1 milhão de espectadores.

A Cinemateca Brasileira dá início aos festejos do centenário de seu nascimento, com retrospectiva que reúne desde o primeiro filme, "Sai da Frente" (1952), até quatro longas em recém-restaurados, entre eles "Zé do Periquito" (1960) e "O Corintiano" (1966).

Em Taubaté, para onde se mudou quando criança, haverá uma semana de eventos, com shows, debates, exposição e apresentação de filmes em praça pública (a programação está em www.centenariomazzaropi.com.br ).

Divulgação

Cena do filme "Jeca Tatu", com Amácio Mazzaropi
O diretor Virgilio Roveda, 66, que trabalhou com Mazzaropi nos últimos filmes, conta que ele era muito exigente no set.

"Era um mão de ferro como empresário, mas era muito engraçado como artista. Muitas vezes, a gente tinha de segurar o riso e, quando gritavam corta, a turma rachava o bico."

Roveda diz que ele testava as piadas em suas apresentações de circo. "Assim ele ajudava os amigos antigos e fazia laboratório. Quando estreava no cinema, já sabia o que funcionava com o povo."

O produtor Galileu Garcia, 83, relembra a estreia de "Sai da Frente", no Cine Marabá. "O centro da cidade ficou intransponível para os carros. E, quando aparecia o nome dele nos letreiros, a plateia já caía na risada."

O diretor e montador Maximo Barro, 82, que participou de "As Aventuras de Pedro Malazartes" (1960), diz que ele fazia "um Charles Dickens à la Mazzaropi". "Representava não só o homem que trabalhava com a enxada como quem tinha migrado para a cidade grande."

André Luiz de Toledo, 54, filho de criação de Mazzaropi, diz que neste ano vão ser feitos dois filmes sobre ele. O legado do Jeca continua.

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