O plano de trabalho que vai elaborar um sistema de gestão de produtos perigosos e riscos ambientais está aprovado pelo governo estadual.
Serão mapeadas áreas dentro de uma faixa de 10 quilômetros ao longo da BR-262 entre Corumbá e Três Lagoas, e da BR-163, entre Campo Grande e Sonora. A empresa Quíron Serviços de Engenharia Ltda, vencedora do processo licitatório, é quem vai realizar o serviço.
O projeto já foi apresentado pela empresa à comissão Estadual do Plano de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergência de Produtos Químicos e Perigosos (P2R2). Estão envolvidos membros do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar Ambiental (PMA), Instituto do Meio Ambiente (Imasul), Secretaria de Estado de Saúde e representante da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
O plano é constituído de projetos e ações participativas entre os governos federal, estaduais, municipais, sociedade civil e setor privado. Visa resultados efetivos para a melhoria da qualidade ambiental em todo o território nacional, por meio da ampla abrangência dos empreendimentos ou atividades que possam causar acidentes ambientais com carga perigosa.
“Trata-se de uma ferramenta de gestão. Uma possibilidade de ser ter uma visão do que acontece no Estado”, afirma o Capitão do Corpo de Bombeiros, Luidson Borges Tenório Noleto.
Com a industrialização de Mato Grosso do Sul, a demanda de insumos cresce e com ela o número de cargas com produtos químicos nas estradas. “Por conta disso, aumentam as possibilidades de acidentes desta natureza. Precisamos prevenir e, caso algo aconteça, saber como agir para minimizar os danos causados”, completa Capitão Noleto.
Em termos práticos, a importância deste trabalho pode ser mensurada com o seguinte exemplo. Um acidente ambiental que afete os córregos Guariroba ou Lajeado, que juntos são responsáveis por 70% do abastecimento de Campo Grande, inviabilizaria essas fontes de captação e comprometeria a oferta de água à população da Capital.
Além da hidrografia, os temas prioritários para confecção da base cartográfica do mapeamento incluem ainda a altimetria – que são curvas de nível e pontos cotados. Os demais temas como sedes de propriedades rurais, cercas, vegetação, campo de pouso, dentre outros, serão feitos em fase posterior do trabalho.
Imagens de satélite
Serão elaborados mapas das áreas urbanas de 16 municípios: Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana, Anastácio, Terenos, Campo Grande, Jaraguari, Bandeirantes, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso, Coxim, Sonora, Ribas do Rio Pardo, Água Clara e Três Lagoas. O traçado das rodovias federais e estaduais e das ferrovias serão utilizados os existentes e ajustados através das imagens de satélite.
Informações básicas através de questionários fornecidos pelo Ministério do Meio Ambiente, adequados à realidade de Mato Grosso do Sul, foram utilizados para elaboração do plano que contempla atividades potencialmente impactantes; as áreas contaminadas e passivos ambientais, além de sítios frágeis ou vulneráveis. O histórico de ocorrência de acidentes ambientais e unidades de resposta também fazem parte do ciclo de ações.
Para as atividades potencialmente impactantes, cada empreendimento será imediatamente georreferenciado. São indústrias, usinas, postos de combustíveis, lojas de defensivos agrícolas, locais de armazenamento de produtos perigosos, revendas de gás, entre outros.
O resultado será a criação de um sistema de gestão de produtos perigosos e riscos ambientais em uma plataforma web, com livre acesso para consulta através da internet ou com instalação do software que deverá ser instalado em cinco municípios do Estado, considerados pontos estratégicos: Campo Grande, Coxim, Três Lagoas, Corumbá e Aquidauana.
O governo investiu mais de R$ 300 mil na compra de equipamentos utilizados pela Comissão. Roupas especiais, explosímetro, máquinas, equipamentos de prevenção respiratória são alguns dos materiais que auxiliam em acidentes que envolvem produtos químicos.
A implantação do sistema em Mato Grosso do Sul atende a uma exigência nacional que prevê a preparação de órgãos públicos para prevenir e atuar da melhor forma em casos de acidentes envolvendo produtos perigosos que podem causar danos ao meio ambiente e à população.
Capacitação
O último processo do trabalho será a capacitação de técnicos dos órgãos de resposta rápida a acidentes com produtos perigosos localizados nos cinco cidades estratégicas. O produto (software de gestão) deve ser entregue em dezembro deste ano, sendo que as capacitações estão previstas para janeiro de 2012.
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