domingo, 20 de agosto de 2023

Morre, aos 80 anos, Roberto Colaninno, presidente da Piaggio, fabricante da Vespa

 

                                     Foto: Bloomberg  

Considerado um dos principais empresários da Itália, esteve à frente da Telecom Itália, Olivetti e Alitália


Considerado um dos principais empresários da Itália, Roberto Colaninno, presidente e CEO da Piaggio, fabricante das scooters Vespa, morreu no sábado, poucos dias após completar 80 anos, informou sua empresa de investimentos da família, a IMMSI. A causa da morte não foi divulgada até o momento.


Colaninno, que comemorou seu aniversário no último dia 16, morreu em sua casa em Mântua, comuna italiana da região da Lombardia. Ele deixa a esposa Oretta e dois filhos, Matteo e Michele. As primeiras informações indicam que o funeral do empresário será realizado em uma cerimônia privada na cidade que escolheu para morar há algum tempo. .


Formado em contabilidade, Colaninno esteve no centro do cenário empresarial italiano por meio século. De acordo com a agência de notícias italiana Ansa, sua carreira começou em 1969 na Fiaam Filter, uma empresa italiana de componentes automotivos com sede em Mântua, da qual se tornou diretor administrativo.


Em 1981, fundou a Sogefi, depois de se associar a um dos gigantes do comércio italiano, Carlo De Benedetti. À frente da empresa de componentes mecânicos, também com sede em Mântua, comprou a Fiamm de seu proprietário britânico e a transformou em um dos fornecedores de peças automotivas mais bem-sucedidos da Europa.


Quatro anos depois, assumiu o cargo de CEO da Olivetti na época de maior crise da companhia. Na ocasião, transformou a empresa em uma holding de telecomunicações. Em 1998, a chamada Omnitel também foi vendida por mais de € 7 bilhões, na época em que era a segunda operadora nacional de telefonia móvel.


Ele ficou famoso por lançar, no início de 1999, uma oferta pública total de compra da Telecom Italia, pagando a todos os acionistas um preço considerado justo pela Bolsa. A operação, de US$ 58 bilhões, foi bem-sucedida e ele tornou-se presidente e diretor administrativo.


Em 2002, Colaninno comprou a Immsi, nascida da cisão das propriedades da Sirti, empresa da Telecom que opera no setor de redes telefônicas, e da empresa que atua no setor imobiliário. A companhia foi transformada por Colaninno em uma holding de investimentos industriais e listada na Bolsa de Valores.


Depois que seus esforços para assumir o controle da fabricante de automóveis Fiat foram rejeitados, em 2003, por meio da Immsi, voltou sua atenção para o grupo Piaggio, fabricante da scooter Vespa, que havia passado por tempos difíceis. Ele a empresa da beira do abismo, expandindo rapidamente suas atividades na Ásia, especialmente na Índia, China e Vietnã.


O grupo cresceu e, hoje, opera com várias marcas, além das próprias e da Vespa: Gilera, Scarabeo, Aprilia, Moto Guzzi, Derbi, Ape, Piaggio Commercial Vehicles. No primeiro semestre deste ano, apresentou resultados recordes.


Já em 2008, constituiu a Companhia Aérea Italiana (CAI), empresa que pretendia adquirir a Alitalia, da qual Colaninno era presidente. Em 2015, a CAI tornou-se acionista de 51% da nova Alitalia, com 49% nas mãos da Etihad Airways.



O Globo

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