A escolha dessa semana é o filme "Mães Paralelas", o longa original da Netflix
KREITLON PEREIRA/VIA STREAMING
Dica da Semana: “Mães Paralelas”
Filme de Almodovar de 2021, o longa original da Netflix fala sobre maternidade, feminismo e politica
Um dos nomes mais notórios do cinema espanhol das últimas décadas, Pedro Almodóvar é roteirista, produtor e diretor premiado que possui uma carreira consolidada no mercado audiovisual do mundo, além de um estilo bastante próprio. Seus filmes são facilmente reconhecidos por essa linguagem única, que utilizam de temáticas e cores próprias, assim como longas parcerias com atores. Ao desenvolver uma assinatura tão característica, muitas vezes o cineasta pode cair em uma espécie de “autoplágio”, o que acabou afastando alguns das produções de Almodóvar. Porém, no filme "Mães Paralelas", que desenvolveu para Netflix em 2021, o cineasta entrelaça a liberdade criativa com suas marcas de fazer cinema.
O longa é estrelado pelas atrizes espanholas Penélope Cruz, com quem já trabalhou em produções anteriores, e Milena Smit. Vivem duas personagens que, apesar de muito diferentes, tanto em questão de personalidade quanto do momento da vida em que estão, possuem suas histórias entrelaçadas no quarto da maternidade, quando ambas estão indo dar a luz a seus filhos - não planejados e dos quais irão cuidar sozinhas. Enquanto o papel de Penélope retrata uma mulher de 40 anos com uma carreira consolidada de fotógrafa, Milena retrata uma jovem menor de idade que engravidou depois de ser vítima de uma agressão sexual - e nem o apoio de seus pais possui.
Assim, o filme aborda a relação entre as duas mães solo e suas maternidades. Porém, se engana quem pensa que esse é o único ponto com o qual o filme pretende dialogar. Isso porque, de pano de fundo, Almodóvar discute sobre a força feminina e o passado ditatorial da Espanha, uma vez que a personagem de Cruz luta pela realização de escavações no antigo vilarejo de seus antepassados, que foram mortos por participarem de um movimento oposto à Falange Espanhola, organização política fascista fundada nos anos 1930. Com uma narrativa não linear, "Mães Paralelas" brinca com contrastes e explora ricos microuniversos presentes nas entrelinhas da narrativa central.
Parece mas não é
Série de suspense psicológico chega na Amazon Prime dia 24 de junho
Uma coprodução da rede britânica BBC One com a Amazon Prime Video, "Chloe" chega à plataforma de streaming no dia 24 de junho. Trata-se de uma série de suspense psicológico criada por Alice Seabright, a mente por trás do sucesso "Sex Education", da Netflix. A primeira temporada do original possui 6 episódios, que serão disponibilizados ao mesmo tempo, e é estrelada por Erin Doherty, conhecida por interpretar a Princesa Anne nas duas últimas temporadas de "The Crown". A série aborda temas como a obsessão, o impacto das redes sociais na construção de um mundo de aparências e conflitos de identidade.
A história se concentra na narrativa de Becky Green, uma mulher adulta que precisa cuidar da mãe - que foi diagnosticada com demência precoce - e está infeliz com a sua realidade. Por conta disso, a protagonista é obcecada em acompanhar a vida de sua amiga de infância Chloe Fairbourne pelas redes sociais. Com um marido encantador e um ciclo social de amigos tão bem-sucedidos quanto ela mesma, a vida de Chloe (que é praticamente documentada em seu Instagram) parece ser perfeita e tudo o que Becky gostaria de ser mas não conseguiu. Porém, toda essa dinâmica é abalada quando a amiga de infância morre inesperadamente.
Após descobrir da morte de Chloe por meio de um post no instagram, Becky leva a sua obsessão para fora da tela do celular e decide, ela mesma, descobrir o que aconteceu com a mulher. Para isso, irá criar uma espécie de alter ego chamada Sasha, que se insere no antigo ciclo social de Chloe. Através dessa nova identidade, a protagonista vive tudo o que não consegue como Becky, sendo alguém popular e com aventuras empolgantes. Porém, ao longo dessa trajetória, segredos serão revelados, colocando em xeque a aparência de perfeição construída por Chloe. Além disso, conforme a história vai evoluindo, a linha entre ficção e realidade vão se tornando cada vez mais tênues.
Cantando aflições
Musical sobre um jovem gay tentando atravessar a adolescência nos anos 1980 chega em junho à Disney Plus
No mês do orgulho LGBT+, a Disney Plus irá disponibilizar a produção original "Trevor: O Musical", uma adaptação para a televisão do espetáculo off-Brodway que foi baseada no curta homônimo - e vencedor do Oscar - de 1995. Inclusive, a história retratada inspirou a criação da ONG "Trevor Project", que atua na prevenção ao suicídio por parte dos jovens que estão inseridos na comunidade LGBT+. Apesar da comunidade já ter conquistado muitos avanços desde a época que a história foi criada, muito do que é tratado no longa infelizmente ainda é muito pertinente, trazendo discussões importantíssimas. "Trevor: The Musical" estará disponível exclusivamente na plataforma de streaming a partir do dia 24 de junho.
O musical é ambientado em 1981 e tem como protagonista Trevor, um menino de 13 anos que é muito criativo e dono de uma imaginação muito fértil. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com a chegada da adolescência, o jovem também questiona a sua própria identidade e o seu lugar no mundo. Por conta de seus gostos, como ser apaixonado por musicais e Diana Ross, o protagonista é julgado por seus colegas de classe, que utilizam a palavra "gay" de forma pejorativa. Magoado e frustrado, Trevor tem dificuldade de se ver no mundo e o suicídio é uma possibilidade que sempre lhe cruza a cabeça.
Porém, a situação piora mais quando ele acaba se envolvendo em um acidente na escola e Trevor acaba recebendo um tipo indesejado de atenção. A fim de lidar com isso, o menino de apenas 13 anos terá que ter muita coragem e determinação para trilhar o seu próprio caminho. Com uma proposta bastante desafiadora, o musical possui um tema complexo - como a questão do suicídio por parte de jovens LGBTs - e o desafio de contá-lo por meio de músicas e danças sem perder a mão entre o que poderia ser uma proposta interessante e o que era melhor apenas como curta metragem.
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