O alagamento de parte da região da Nhecolândia, na planície pantaneira de Corumbá, pode acarretar, entre outras consequências, prejuízos econômicos significativos. Apenas em comercialização de bezerros, o valor bruto de toda a região corresponde, nos preços de hoje, a aproximadamente R$ 600 milhões. Corumbá, com cerca de 2 milhões de cabeças de bovinos, é o segundo município brasileiro em produção de gado magro.
A Nhecolândia, ao sul do Rio Taquari, começa a redesenhar o cenário crítico, que acomete Paiaguás, ao norte, há duas décadas – as duas regiões são as maiores do Pantanal sul-mato-grossense. Os alagamentos são provocados por transbordamentos do Rio Taquari, decorrentes do assoreamento. O fenômeno, conhecido como avulsão ou arrombamento, é natural, mas pode ser (e está sendo) agravado por ações humanas, entre as quais, a relativa ao desmatamento para a produção pecuária.
O pesquisador Ivan Bergier, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pantanal, explica que a retirada da mata na região norte do Rio Taquari, para produção de bovinos, intensificou os alagamentos. “As árvores diminuem a descarga da água da chuva nos rios”, afirma. Com a retirada da mata, deixa de existir essa barreira natural. “Tem anos que não chove tanto e, mesmo assim, vem muita água rio abaixo”, acrescenta.
(*) A reportagem, de Osvaldo Júnior, está na edição de hoje do jornal Correio do Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário