sexta-feira, 28 de junho de 2024

Com capacidade de lançar 12 mil litros d'água, avião da FAB combaterá incêndios no Pantanal

 

                                          Aeronave KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira - Foto: Bruno Chaves


Aeronave KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB), considerada o cargueiro multimissão mais rápido e moderno do mundo, será utilizada no combate aos incêndios do Pantanal.


O avião tem capacidade de lançar 12 mil litros de água por vez, quatro vezes mais do que o avião air tractor, pertencente ao governo do Estado. Ele projeta a água pela porta lateral na fuselagem, permitindo manter o interior da aeronave pressurizada.


Recentemente, a aeronave brasileira foi utilizada em incêndios florestais na Colômbia.


A aeronave partiu da Base Aérea de Anápolis (GO) e pousou no Aeroporto de Corumbá (MS), na manhã desta sexta-feira (28), com 19 tripulantes da FAB a bordo.



O cargueiro possui um sistema modular aerotransportável de combate a incêndios (MAFFS II, sigla em inglês para Modular Airborne Fire Fighting System).


As principais características do sistema MAFFS II são baixo custo de manutenção, rápida configuração e flexibilidade multimissão, podendo ser utilizado no combate a incêndios, derramamento de produtos químicos e contaminação nuclear, radiológica e biológica.


De acordo com o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de MS, Antônio Carlos Videira, o apoio do KC-390 é imprescindível no combate ao fogo.


"Muito importante e imprescindível este apoio aéreo, porque vamos conseguir fazer lançamento em grande quantidade de água em áreas de difícil acesso. Nós temos alguns focos de incêndios hoje que é impossível chegar com os brigadistas e bombeiros militares", disse o secretário.


O KC-390 pode transportar 80 soldados plenamente equipados, 66 paraquedistas ou 74 macas em configuração de evacuação aeromédica. A capacidade máxima de carga é 26 toneladas. A aeronave já foi adquirida pela Hungria, Portugal e Coreia do Sul.



PANTANAL EM CHAMAS

Incêndios de grandes proporções atingem o Pantanal sul-mato-grossense desde 1º de junho de 2024.


As queimadas transformaram cenários verdes e cheios de vida em paisagens cinzentas e mortes. O fogo destrói matas, áreas verdes, vegetações, florestas, biodiversidade e espécies nativas (fauna e flora) do Pantanal.


Dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontam que 405.425 hectares foram consumidos pelo fogo, entre dos dias 1º e 28 de junho de 2024.


De 1º de janeiro a 26 de junho deste ano, 688.125 hec foram devastados pelo fogo, equivalente a área de 4,56% do bioma.


O Pantanal Sul-mato-grossense teve o pior incêndio florestal da história em 2020, quando 1.580.000 hectares foram devastados pelo fogo de janeiro a dezembro.


De janeiro a junho de 2020, 245.950 hectares foram destruídos pelo fogo. No mesmo período de 2024, foram 405.425 hectares.


Portanto, isto significa que o incêndio no primeiro semestre de 2024 é pior do que o do mesmo período de 2020.


Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), Polícia Militar Ambiental (PMA), Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Força Nacional, Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Homem Pantaneiro (IHP), SOS Pantanal e brigadas voluntárias tentam controlar o fogo no Pantanal Sul-mato-grossense.



NAIARA CAMARGO 

Portal Correio do Estado

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