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Frente às perspectivas que vêm sendo desenhadas, com certeza não é equivocado afirmar que as exportações de carnes continuam deixando a desejar. Pois em abril, mês com maior número de dias de embarques (21 dias úteis), o volume embarcado ficou aquém do atingido em março (19 dias úteis, segundo a SECEX/ME).
Em outras palavras, o volume global do quarto mês do ano recuou 2,5% em relação ao mês anterior, dessa queda apenas não participando – como seria de esperar – a carne suína. Ou seja: o volume de carne bovina caiu mais de 7% e o de carne de frango pouco mais de 2%. Porém, o volume adicional de carne suína foi pouco expressivo (3.589 toneladas, 7,5% a mais que as 47.447 toneladas de março último).
De toda forma, houve melhora no preço médio de pelo menos duas carnes. E o melhor desempenho coube, novamente, à carne suína, cujo preço médio no mês subiu quase 6%. A outra carne valorizada em abril foi a bovina, com valorização próxima de 2%. Assim, o único retrocesso de preço de março para abril ficou com a carne de frango, desvalorizada em quase meio por cento.
Tais resultados, naturalmente, refletiram-se de forma direta na receita cambial, que ficou negativa em relação a março passado. Quer dizer: a receita cambial da carne suína aumentou quase 14%. Mas como o produto tem menor participação nas exportações de carnes, seus ganhos foram insuficientes para reverter a queda de receita de quase 6% da carne bovina e de mais de 2% da carne de frango. Daí o setor ter encerrado o quarto mês do ano com redução próxima de 2,5% na receita cambial.
Nesta análise, seria normal ressaltar os grandes avanços em relação a abril de 2018. Mas – é preciso lembrar – os resultados de um ano atrás não podem ser aceitos “ao pé da letra”, pois então a SECEX iniciou a implantação de novo sistema de acompanhamento das exportações e, em consequência, os resultados de abril acabaram subestimados.
Aponta nessa direção o fato de o volume registrado naquele mês – pouco mais de 340 mil toneladas – corresponder a menos de 70% da média dos demais 11 meses de 2018 (489 mil/t). Ou seja: os resultados deste último abril devem ter sido superiores aos de abril do ano passado. Mas não nos níveis apontados pelos números oficiais.
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